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Pegcar começou a atuar em São Paulo e está expandido para Curitiba e Belo Horizonte | Thiago Gimenes/Divulgação
Pegcar começou a atuar em São Paulo e está expandido para Curitiba e Belo Horizonte| Foto: Thiago Gimenes/Divulgação

Depois de a startup curitibana Fleety ter encerrado as suas operações no início deste ano, a plataforma de compartilhamento Pegcar anuncia que vai começar a operar em Curitiba. A empresa já está em funcionamento no estado de São Paulo desde 2015 e comercializou no ano passado uma média de 3 mil diárias de locação. O plano de expansão inclui, ainda, as demais cidades do Paraná e a capital mineira ao longo deste ano.

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A Pegcar é uma plataforma em que pessoas físicas ou jurídicas podem colocar seu carro à disposição para aluguel, assim como pessoas interessadas em usar o veículo podem fazer a locação. A proposta é aplicar o conceito de economia colaborativa ao uso de carro, com a empresa fazendo a mediação entre quem tem um veículo que usa pouco e está em busca de renda extra com aquelas pessoas que preferem não ter carro e alugar somente quando precisam.

Modelo de negócio depende de aportes financeiros

Os proprietários de veículos que querem alugar seu carro devem fazer o cadastro na plataforma. Depois, passam por uma validação que dura, em média, 48 horas. Os requisitos para ser aprovado incluem ter um carro abaixo de 100 mil quilômetros, com valor de mercado inferior a R$ 70 mil e ano de fabricação superior a 2007. É necessário ter, também, seguro do veículo.

Depois de cadastrado e aprovado, o proprietário do veículo já pode começar a receber proposta de alugueis. Fica a critério do locatário aceitar ou não os pedidos. O carro conta com cobertura da seguradora Mapfre durante o período que está sendo locado. O preço é estabelecido pelo dono do veículo, mas a Pegcar sugere uma faixa de preço a ser praticada, conforme as características do automóvel.

Já os interessados em fazer a locação também devem se cadastrar na plataforma e escolher um carro entre os veículos que estão à disposição. Deve também informar o período que vai usar o automóvel e ficar responsável por pegar o carro e devolvê-lo ao seu dono no endereço combinado. O pagamento é feito através da própria plataforma.

Em média, o aluguel sai 30% mais barato do que o preço praticado pelas locadoras convencionais, segundo a Pegcar. O locatário paga uma taxa de 20% sobre o valor da diária e o condutor, 10%. Essas porcentagens ficam com a Pegcar e são usadas para financiar o negócio.

Em São Paulo, são 350 carros ativos e, em Curitiba, o primeiro carro foi validado nesta terça-feira (24). O tempo máximo de locação é 30 dias. Mas, em média, as pessoas alugam por 2,5 dias, principalmente nos fins de semana.

Modelo de negócio depende de aportes financeiros

A Pegcar foi fundada pelos paulistas Bruno Hacad e Conrado Ramires, de 26 anos. Conrado tinha o desejo de empreender na área da economia colaborativa, por considerar que é uma tendência de negócio que deve crescer no Brasil nos próximos anos. Já Bruno tinha a experiência de atuar no mercado financeiro, principalmente cobrindo o sistema de locação.

Eles, então, uniram o desejo ao conhecimento e começaram em 2014 a formatar o modelo de negócio. Foi cerca de um ano até conseguirem contratar um desenvolver para criar a plataforma e convencer uma seguradora a apostar no negócio. “Bati na porta de uma 10 seguradoras. Sem a cobertura do seguro nós não poderíamos operar, porque seria correr muito risco”, afirma Conrado.

Ele explica que, ao conseguir fechar contrato com a Mapfre, tiveram, ainda, que ajudar a seguradora a formatar o modelo de seguro que vigora somente durante o período de locação. “Era um mercado novo também para a seguradora”, diz Conrado.

A operação começou em outubro de 2015, com projetos pilotos em Pinheiros e Vila Madalena e, depois, expandiu para toda a capital paulista e o estado de São Paulo.

Risco

Com pouco mais de um ano no mercado, a Pegcar ainda tem uma operação pequena se comparada com a Fleety. A empresa fez 3 mil diárias de locação em 2016 e tem 350 veículos ativos na plataforma.

A empresa, assim como grande parte das startups, ainda não consegue se manter somente com o dinheiro das locações e usa o capital aportado por investidores para rodar o negócio. Neste ano, deve voltar ao mercado para buscar mais uma rodada de investimento. O foco, segundo os fundadores, é ganhar escala para depois encontrar formas de tornar o negócio rentável.

E foi justamente por falta de dinheiro que a Fleety, uma das primeiras plataformas de compartilhamento de veículos do Brasil, fechou as portas no início deste mês. “Foi uma grande surpresa para nós”, afirma Conrado.

Apesar do histórico negativo para o setor, Bruno e Conrado afirmam que conseguir financiamento não deve ser problema. “Tem grandes players nos Estados Unidos e na Europa que estão expandindo. Um exemplo é a Turo, dos Estados Unidos, que entrou no Canadá e está indo para a Inglaterra”, explica Conrado.

Eles também acreditam que o mercado de compartilhamento de veículos deve crescer no país, influenciado pela alta demanda e pela grande quantidade de carros por habitantes.

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