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O emprego na indústria teve queda de 5,1% na comparação entre março de 2015 e o mesmo mês do ano anterior, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (19). É o 42º resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação. Trata-se também da queda mais intensa nesse tipo de comparação desde outubro de 2009 (-5,4%).

Na passagem de fevereiro para março, na série livre de efeitos sazonais, a queda do emprego industrial foi de 0,6%, terceira baixa consecutiva. Quando considerado o primeiro trimestre do ano, a queda foi de 4,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. As perdas são generalizadas entre os ramos pesquisados.

Com a nova baixa, o emprego industrial acumula agora 14 trimestres consecutivos de queda de pessoal ocupado assalariado.

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O setor sofre com a competição de importados e a menor exportação, além do pouco dinamismo da economia, afetada por juros maiores, crédito restrito e baixa confiança de consumidores e empresários.

Com os resultados, o total do pessoal ocupado na indústria recuou 3,9%, mantendo a trajetória descendente iniciada em setembro de 2013.

A intensidade das perdas também é crescente. No ano passado, as taxas negativas foram de 2% no primeiro trimestre a 4,4% no quarto trimestre.

Para essa pesquisa, realizada diretamente com as empresas, o IBGE não divulga números absolutos de empregos.

Setores

Neste ano, as perdas foram generalizadas, com todos os 18 ramos acompanhados pelo instituto apresentando taxas negativas na comparação deste primeiro trimestre com o mesmo período do ano anterior.

O maior impacto veio de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos (-11,9%), seguido por produtos de metal (-9,3%) e meios de transporte (-8,8%). Outros destaques negativos foram máquinas e equipamentos (-5,1%), alimentos e bebidas (-1,5%), calçados e couro (-7,1%) e vestuário (-4,3%).

Renda

Os indicadores apontam para enfraquecimento pela frente. O número de horas pagas teve queda de 0,3% em março, na comparação ao mês imediatamente anterior.

Ele é considerado um indicador antecedente do setor porque os empresários, antes de contratarem, ampliam primeiro as horas extras. Dessa forma, menos horas pagas apontam para pouca demanda por mais trabalho.

Já a folha de pagamento real dos trabalhadores na indústria, ajustado sazonalmente, mostrou ligeira variação positiva de 0,1% frente ao mês anterior.

O setor interrompeu assim dois meses consecutivos de queda: houve baixa em janeiro (-0,7%) e fevereiro (-0,6%). O número foi influenciado no mês pelo setor extrativo (11,8%), que havia recuado 17,9% no mês anterior.

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