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A zona do euro reafirmou nesta segunda-feira (14) que a Grécia precisa ficar no "clube" da moeda única, mas pediu a Atenas que honre seus compromissos, ao final de uma reunião de ministros da Fazenda que "celebrou" a reforma bancária da Espanha.

"Reafirmamos nosso compromisso com a Grécia na zona do euro (...). Ninguém mencionou uma saída da Grécia do Eurogrupo", assinalou Jean-Claude Juncker em entrevista coletiva.

"Não me agrada tratar a Grécia com ameaças, a opinião pública grega não merece ser tratada assim", disse Juncker, chefe do Eurogrupo, em referência a vários de seus sócios que nos últimos dias falaram de uma saída dos gregos da união monetária.

"A saída da Grécia seria um fracasso para todos", advertiu o ministro espanhol das Finanças, Luis De Guindos, durante o encontro com seus colegas em Bruxelas.

Mas o chanceler da Espanha, José Manuel García Margallo, também advertiu que "para ficar no clube é preciso cumprir as regras do jogo".

A maioria dos líderes da zona do euro defendeu a ideia de que a Grécia deve respeitar escrupulosamente as condições do plano de socorro internacional e formar, o quanto antes, um governo.

"Não sei o que mais poderíamos fazer em termos de negociações" com a Grécia, assinalou o ministro alemão das Finanças e candidato à presidência do Eurogrupo, Wolfgang Schäuble, ao descartar um relaxamento nas reformas exigidas por Bruxelas em troca da ajuda da UE.

"O melhor que a Grécia poderá fazer pela própria sobrevivência da união econômica e monetária na atual situação é formar um governo o quanto antes e dizer se vai cumprir com as obrigações previstas no plano de ajuda", estimou García Margallo.

"Integrar o grupo do euro implica em uma série de obrigações", lembrou o chanceler espanhol, cujo país também é submetido a duras medidas de austeridade para cumprir com seus compromissos com Bruxelas.

A decisão da Comissão Europeia de entregar à Grécia 4,2 bilhões de euros em créditos contra os 5,2 bi inicialmente previstos foi interpretada como uma advertência dos sócios de Atenas na zona do euro.

Nesta terça-feira, a Grécia deverá pagar 450 milhões de euros em obrigações que seus credores se negaram a trocar na operação realizada em março passado.

Na frente política, o presidente grego, Carolos Papulias, propôs nesta segunda aos partidos políticos a formação de um governo de tecnocratas para evitar novas eleições em junho e a saída do país da zona do euro.

Esta ideia de um governo de personalidades afastadas da política, que deverá contar com o apoio do Parlamento, não foi rejeitada inicialmente e será objeto de novas negociações na terça-feira entre todos os partidos com representação parlamentar, com exceção do neonazista Amanhecer Dourado.

Na reunião desta segunda-feira estiveram presentes Evangelos Venizelos, líder do partido socialista Pasok, que foi terceiro nas eleições, Antonis Samaras, chefe do conservador Nova Democracia, o mais votado nas legislativas de 6 de maio, e Fotis Kuvelis, líder da Esquerda Democrática (Dimar), que conseguiu 6,1% dos votos.

Os três líderes políticos presentes disseram que este novo governo de tecnocratas teria como tarefa flexibilizar e renegociar no longo prazo as medidas de austeridade drásticas impostas à Grécia em troca da assistência financeira da União Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional.

De volta a Bruxelas, os ministros da zona do euro comemoraram a última reforma bancária da Espanha, mas pediram que o país "acelere a avaliação externa" do setor.

O ministro Luis de Guindos apresentou sua reforma bancária "integral e adequada", pedra angular para sair da crise, mas acreditamos que o país deve "acelerar uma avaliação externa do setor", disse Jean-Claude Juncker.

A reforma bancária anunciada na sexta-feira na Espanha prevê uma alta das provisões exigidas pelo setor para enfrentar eventuais perdas de seus ativos imobiliários, o que representará um esforço de 30 bilhões de euros, além dos 53,8 bilhões já impostos anteriormente.

A Espanha deve "acelerar a avaliação independente dos ativos do banco", pediu Juncker no final da reunião do Eurogrupo.

Ao ser interrogado sobre se a Espanha precisará de ajuda ou de uma injeção de capital, Juncker simplesmente respondeu: "a Espanha sabe o que tem que fazer".

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