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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O sistema de saúde é universalizado, mas dados da Pesquisa Conta Satélite de Saúde do IBGE, divulgados nesta manhã de quinta-feira, mostram que há um desequilíbrio: a conta do cidadão tem sido maior do que a do governo. Segundo o estudo, em 2013 o brasileiro gastou 22% a mais do que a União para ter acesso a bens e serviços de saúde. Enquanto o Estado teve um dispêndio de R$ 946,21 por pessoa, o gasto per capita para as famílias ficou em R$ 1,162,14. No país, 55,1% das despesas com saúde foram arcadas pelas famílias, enquanto 44,9% foram cobertas pela administração pública - índices estáveis em relação a 2010, ano de início deste estudo, quando essa divisão ficou 54,8% e 45,2%, respectivamente.

As despesas com consumo final de bens e serviços de saúde no Brasil atingiram R$ 424 bilhões em 2013, correspondendo a 8% do PIB. Desse total, R$ 190 bilhões (3,6% do PIB) foram despesas de consumo do governo e R$ 234 bilhões (4,4% do PIB) despesas de famílias e instituições sem fins lucrativo a serviço das famílias. Em 2013, do total do consumo final de bens e serviços de saúde, 77,6% foram destinados ao consumo de serviços e 20,6% a medicamentos. As despesas com consumo final de bens e serviços de saúde representaram 18,9% do total do consumo final do governo e 7,1% dos gastos das famílias.

No bolso das famílias pesaram mais os serviços privados de saúde, que responderam por 62% dos gastos com saúde em 2013 - 2 ponto percentual a mais do que em 2010. Caiu a parcela do orçamento das famílias para gastos com saúde dedicado à compra de medicamentos. Eles equivaliam a 37% do total das despesas em 2010, e passaram para 34% em 2013.

A participação das atividades de saúde na renda gerada no país (valor adicionado) aumentou em todos os anos da série, passando de 6,1% em 2010 para 6,5% em 2013. A atividade com maior participação foi saúde privada, chegando a R$ 103 bilhões (2,2%) em 2013, mas o maior aumento de participação foi observado no comércio de produtos farmacêuticos, perfumaria e médico/odontológicos, que passou de 1,1% do valor adicionado total (R$ 36,1 bilhões) para 1,4% (R$ 62,2 bilhões) no período 2010-2013.

Em relação a exportações de bens e serviços de saúde em 2013, 18,6% das preparações farmacêuticas (por exemplo, gazes, curativos, iodo, água oxigenada etc.) disponíveis no país foram exportadas. Por outro lado, 74% dos produtos farmoquímicos (matéria prima para produção de medicamentos), 37,1% dos outros materiais médicos e odontológicos e 24,5% dos medicamentos para uso humano foram importados.

Em três anos, cresce 16% o número de empregados na saúde

Entre 2010 e 2013 as atividades relacionadas ao setor de saúde no país passaram a empregar 15,8% mais pessoas. O total de trabalhadores no setor saltou de 5,22 milhões para 6,05 milhões no período. Crescimento muito superior ao da média da economia, que ficou em 4,5%. As atividades relacionadas à saúde também ganharam participação no total de postos de trabalho do país, passando de 5,3% das ocupações, em 2010, para 5,9% em 2013. Os dados são da Pesquisa Conta Satélite de Saúde - Brasil, realizada pelo IBGE, refererente aos anos de 2010, 2011 e 2013.

As saúdes pública e privada são as que mais empregam e as que apresentaram o maior crescimento no números de postos de trabalho na passagem destes três anos. Na saúde privada o número de trabalhadores passou de 2,3 milhões para 2,69 milhões, alta de 17,2%, e na pública de 1,56 milhão para 1,84 milhão, mais 17,7%. Em terceiro lugar ficou o comércio de produtos farmacêuticos, perfumaria e médico-odontológicos, com 13,8% de aumento (passou de 1,027 milhão em 2010 para 1,17 milhão em 2013).

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