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O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta sexta-feira (10) sua previsão para o crescimento econômico do Brasil em 2015, de um avanço de 0,3% para uma contração de 1%. Para o ano que vem, a estimativa também caiu: em vez de uma alta de 1,5%, agora o órgão prevê um avanço de 0,9%.

“Técnicos do fundo projetam crescimento negativo de 1% em 2015, com as políticas fiscais e monetárias mais apertadas e corte de investimentos na Petrobras se somando à dinâmica de queda na atividade registrada desde 2014”, afirmou o FMI no chamado Artigo 4, que reúne as previsões do órgão para as economias mundiais.

“A implementação bem sucedida da estratégia de ajuste fiscal e outras políticas devem contribuir para fortalecer a confiança e ajudar a revigorar o investimento no fim de 2015, proporcionando a base para um retorno ao crescimento positivo em 2016”, completa o documento.

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O FMI observou, porém, que “a perspectiva está sujeita a riscos substanciais, incluindo um racionamento de energia e de água provocado pela seca, possível desdobramento do caso da Petrobras e um ambiente internacional mais adverso.”

Os diretores do órgão também ressaltaram a importância da nova estratégia fiscal do governo, “a decisão de pôr fim à política de empréstimo aos bancos públicos e a ênfase em reduzir a dívida bruta.”

“Prioridade imediata”

O FMI vem cortando sucessivamente suas projeções sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB, soma de riquezas produzidas pelo país) brasileiro. Em outubro do ano passado, o órgão esperava um avanço de 1,4% para este ano. Em janeiro, a expectativa foi reduzida para uma alta de apenas 0,3%.

A nova projeção, de queda de 1%, está em linha com a dos economistas dos bancos brasileiros. Segundo o último boletim semanal Focus, do Banco Central, o mercado financeiro projeta retração de 1,01% este ano. Para o ano que vem, o FMI está mais pessimista que os economistas dos bancos locais, que esperam avanço de 1,1%, contra 0,9% do FMI.

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Como mostra o comunicado do órgão, os diretores do FMI dedicaram atenção especial à Petrobras:

“Os diretores encorajaram modelos fortalecidos de governança em estatais. Eles consideram uma prioridade imediata resolver os problemas na estatal de petróleo e elogiaram o comprometimento das autoridades de achar uma solução imediata.”

Aperto de juros

O consenso entre os membros do FMI é de que os juros brasileiros devem permanecer altos, como forma de combater a inflação. Os diretores recomendaram ainda “mais esforços para melhorar a transmissão da política monetária” — o efeito real dos juros sobre os preços — “e a estrutura de metas da inflação.”

O órgão prevê que a inflação vai terminar 2015 em 7%, portanto acima do teto da meta estipulada pelo BC (6,5%). Em 2016, o órgão espera aceleração de 5,4% nos preços.

O diretores do órgão também defenderam o movimento de depreciação do real frente ao dólar, elogiando especificamente o fim do programa de intervenção no câmbio por meio de contratos de swap, equivalente à venda de dólares no mercado futuro. O

BC anunciou em março o fim dos leilões diários de novos contratos e, atualmente, faz apenas a rolagem do estoque já disponível no mercado. Na avaliação do FMI, seu uso deve permanecer limitado à correção de volatilidades excessivas, “permitindo maior depreciação da taxa de câmbio em linha com os fundamentos econômicos e promovendo a competitividade externa.”

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