O governo não vê descontrole com câmbio apesar da alta seguida do dólar nas últimas sessões, afirmou nesta sexta-feira (6) o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, avaliando que o movimento corrige em parte apreciação do real em anos recentes.
Nesta sessão, a moeda norte-americana chegou a atingir nova máxima em 11 anos, acima do patamar de R$ 3.
Além de persistirem preocupações sobre o futuro do ajuste das contas públicas brasileiras, dados melhores que o esperado sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos ajudavam a embalar a divisa nesta manhã, em meio a apostas de que os juros devem começar a subir em breve na maior economia do mundo.
“Não é uma depreciação que causa nenhum descontrole, é simplesmente a mudança de patamar da taxa de câmbio que tem um efeito restritivo no curto prazo --afeta a inflação, afeta o crescimento--, mas tem um efeito positivo no médio prazo, ao recuperar a competitividade da indústria”, disse Barbosa.
Durante evento promovido pela Câmara de Comércio França Brasil em São Paulo nesta sexta-feira, o ministro afirmou que a depreciação do real “basicamente corrige um pouco” a valorização que ocorreu nos últimos anos, impulsionada pela alta das commodities.
Com o movimento contrário ocorrendo agora, há uma pressão no mundo todo em direção à alta da moeda norte-americana, o que se traduz, no caso do Brasil, a um retorno à taxa de câmbio real para o nível de 2006, completou Barbosa.
Questionado por jornalistas, ele afirmou que o governo não trabalha com uma meta de câmbio, atuando apenas para administrar sua volatilidade.
“Não tenho meta para o câmbio, a gente trabalha com qualquer taxa de câmbio”, disse.
Segundo o ministro, a desvalorização do real traz em contrapartida a possibilidade de discutir uma maior integração comercial do país com economias mais avançadas.
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