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Produtor rural trabalha em seringueira em Indianópolis, no Noroeste do Paraná | Ivan Amorim/ Gazeta do Povo
Produtor rural trabalha em seringueira em Indianópolis, no Noroeste do Paraná| Foto: Ivan Amorim/ Gazeta do Povo

Emprego

Setor cria mais de 50 mil postos de trabalho no campo

A produção da borracha é responsável por mais de 50 mil postos de trabalhos diretos no campo em todo o país. Segundo a Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor), com a queda no preço nos últimos dois anos, muitos trabalhadores estão desestimulados. Numa fazenda em Mato Grosso, por exemplo, havia 800 moradores trabalhando em 2.600 hectares de seringueira antes da crise. Atualmente, são 150 moradores em 533 hectares.

Em condições normais, um "sangrador" – aquele que retira a borracha da árvore – recebe mensalmente algo em torno de R$ 1,8 mil. Dependendo da quantidade de pessoas em cada família, o valor pode dobrar ou até triplicar.

Atualmente, São Paulo é o maior produtor nacional: responde por 55,3% de tudo que é produzido no país – participação bem acima do segundo colocado que é a Bahia, com 15,9%. Pelos dados da Apabor, juntos, Pará, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná, Amazonas e Acre, detém apenas 5,1% da produção nacional.

A estratégia de alguns países asiáticos de aumentar a plantação de seringueiras acima do previsto, aliada à lenta recuperação das economias americanas e europeias, pôs a indústria brasileira de borracha (produção e beneficiamento) sob forte risco de colapso. Com uma superoferta do produto no mercado mundial – só em 2013, sobraram 700 toneladas –, o preço internacional despencou 42%.

Segundo a Associação Brasileira de Produtores e Beneficiadores de Borracha Natural (Abrabor), além de não remunerar a atividade econômica, esse valor tem desestimulado o trabalhador rural. Para evitar que os problemas se propaguem e interrompam esse novo ciclo da borracha no Brasil, a entidade se reúne hoje com o ministro da Agricultura Neri Gueller para pedir apoio do governo para o setor.

Uma das propostas a ser apresentada seria adotar medidas para equalizar o preço interno, seja por meio de aumento de alíquota de importação, desoneração tributária da indústria de pneus ou taxa de equalização. Segundo o diretor executivo da Abrabor, Fernando do Val Guerra, considerando o faturamento da indústria de pneus em torno de R$ 10,9 bilhões e IPI de R$ 1,5 bilhão, a redução da alíquota seria suficiente para manter a sustentabilidade do setor produtivo da borracha natural.

Hoje o quilo do coágulo retirado das árvores está entre R$ 1,50 e R$ 1,69, variando conforme o custo do frete. Depois de beneficiado, o valor sobe para R$ 4,43. A equalização que os produtores reivindicam é para chegar a R$ 6,3 o quilo, valor já praticado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seus leilões.

Importador

Hoje, o Brasil produz um terço de tudo que consome. O resto é importado de países como Tailândia, Indonésia, Malásia e Vietnã, os maiores produtores mundiais.

Segundo o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Paulo de Souza Gonçalves, o baixo preço provocado pela superoferta do mercado mundial já tem reflexos nas contas de várias usinas do setor, que estão no vermelho.

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