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O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, negou a existência de um embate entre ele e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a respeito da decisão do governo de impor a taxação de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de capital externo.

O ministro reafirmou que o tributo não será suficiente para conter a valorização do câmbio, ressaltou que os exportadores precisam de linhas de crédito mais amplas e acessíveis, admitiu que o governo precisa reforçar a arrecadação, em queda desde o início da crise, e levantou a possibilidade de o governo voltar atrás nessa questão. "Estão promovendo uma guerra que não há entre mim e Mantega. São apenas opiniões diferentes que nós temos, o que é absolutamente normal", afirmou Miguel Jorge.

Diante do efeito quase inócuo do IOF sobre a taxa de câmbio, que encerrou o pregão da última sexta-feira a R$ 1,713, praticamente igual ao valor da segunda-feira antes do anúncio da taxação (R$ 1,711), o ministro reconheceu que a principal razão que levou o governo a decidir pela volta do imposto foi a queda na arrecadação.

"O governo não tomaria essa medida apenas para ajudar a exportação", avaliou, apesar da insistência de Mantega e do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em negar esse objetivo. O governo estima que a arrecadação deve cair R$ 64 bilhões neste ano na comparação com 2008. "Não será uma taxação de 2% sobre o capital estrangeiro que vai tornar a exportação mais competitiva, levando em conta a taxa cambial que nós temos", reiterou o ministro.

Para o ministro, seria mais útil a ampliação das linhas de financiamento para os exportadores e a devolução dos créditos a que as empresas têm direito pela Lei Kandir. Ele ressaltou, porém, que o dólar vem se desvalorizando em todo o mundo devido aos problemas da economia norte-americana "Não se deve ter uma exportação baseada apenas na política de taxa cambial", ponderou. Miguel Jorge admitiu a possibilidade de o governo voltar atrás e rever a decisão sobre o IOF, como pediu o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, que alertou sobre a migração de operações para a bolsa de Nova Iorque.

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