• Carregando...

A energia elétrica e a inflação de serviços deram uma trégua ao bolso do consumidor em maio. Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) desacelerou a 0,60% neste mês, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (22).

Mesmo assim, o resultado da prévia da inflação oficial não conseguiu frear a escalada da taxa em 12 meses, que chegou a 8,24% – o maior patamar desde janeiro de 2004.

Com o cenário de pressão persistente, o aumento de preços deve seguir na mira do Banco Central. A autoridade monetária reafirmou seu comprometimento em trazer a inflação para o centro da meta (4,5%) até o fim de 2016. “No geral, não acredito que a leitura de hoje mude significativamente o balanço de riscos em matéria de política monetária”, avaliou em relatório Bruno Rovai, economista para o Brasil do banco Barclays em Nova York.

Na visão dele, o tom mais conservador do Comitê de Política Monetária (Copom) adotado recentemente aponta para a manutenção do ritmo de alta de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic na reunião de junho.

Na leitura mensal, contudo, a inflação deve continuar perdendo força. Os economistas esperam, em média, avanço de 0,55% no IPCA fechado de maio. O resultado será anunciado em 10 de junho.

País perde quase 98 mil empregos formais em abril

No Paraná, o saldo do trabalho com carteira assinada fechou negativo pela 1ª vez em 2015, segundo o Caged

Leia a matéria completa

Serviços

Em maio, um dos pontos de destaque veio da inflação de serviços, que desacelerou de forma significativa, segundo cálculos da Votorantim Corretora. O grupo saiu de uma alta 0,85% em abril para 0,15% em maio, a menor desde março de 2009.

O resultado, porém, ainda é insuficiente para assegurar aos membros do Copom, que decidem o rumo da taxa básica de juros, a Selic, que a deterioração do mercado de trabalho já está se traduzindo em alívio para a inflação, comentou o economista do Barclays.

Boa parte desse alívio em serviços veio do custo com transportes, que ajudou a abrandar o ritmo de aumento de preços. Só as passagens aéreas ficaram 23,61% mais baratas, com aumento das promoções em meio à menor demanda. Além disso, os preços de combustíveis caíram 0,83%.

Outra contribuição para a desaceleração do IPCA-15 veio da energia elétrica, que tinha sido uma das vilãs em abril. As contas de luz subiram 1,41%, ainda reflexo de reajustes que passaram a vigorar em 2 de março, mas menos do que a alta expressiva de 13,02% em abril.

Para cima

Apesar do alívio, os consumidores brasileiros sentiram no bolso o impacto da aceleração dos preços nos alimentos. Tomate, cebola, cenoura, leite, pão francês, óleo de soja, carnes e frango deixaram a lista de compras mais cara em maio, segundo o IBGE.

Já os medicamentos ficaram 3,71% mais caros em função do reajuste autorizado pelo governo e foram o maior impacto individual do IPCA-15 deste mês. Sozinhos, eles adicionaram 0,12 ponto porcentual à inflação.

Após impacto do ICMS, inflação desacelera na Grande Curitiba

A inflação na Grande Curitiba, que tinha sido a maior do país em abril, influenciada pela alta no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de milhares de produtos e pelo aumento no preço da energia elétrica, desacelerou em maio, segundo o IPCA-15. A alta foi de 0,71% em maio, contra 1,79% em abril, segundo o IBGE. Ainda assim, o índice da capital paranaense está acima da média nacional. Em maio, o índice no país foi de 0,60%, quase metade do 1,07% de abril.

As contas de energia, que têm peso de 3,88% nas despesas das famílias, tiveram alta de 13,02% no mês passado, enquanto em maio a variação foi de 1,41%. Com isso, o índice do grupo habitação na região de Curitiba recuou de 3,66% para 0,85%.

No índice acumulado em 12 meses, Curitiba é a cidade com o terceiro maior IPCA-15, de 9,13%. O IPCA-15 nacional acumulado em 12 meses saiu de 8,22% em abril para 8,24% em maio. Neste ano, a capital paranaense já teve uma alta de preços de 6,15%, a maior do país. Em maio, a maior elevação foi no grupo de produtos farmacêuticos e óticos (6,4%), seguido por tecidos e armarinhos (2,45) e cuidados pessoais (1,99%).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]