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Com a proposta de uma “cerveja para todos”, o ex-goleiro lançou a marca “12” no último dia 24. | Cesar GrecoInfomoney
Com a proposta de uma “cerveja para todos”, o ex-goleiro lançou a marca “12” no último dia 24.| Foto: Cesar GrecoInfomoney

Com uma carreira muito bem-sucedida dentro das quatro linhas, incluindo vinte e quatro títulos com a Sociedade Esportiva Palmeiras, Copa do Mundo, Copa das Confederações e Copa América pela Seleção Brasileira, o currículo de Marcos Roberto Silveira Reis, ou apenas Marcos, ex-goleiro do time alviverde é notório. E pode ficar ainda mais completo com seu novo projeto. Cinco anos após sua aposentadoria ele está começando uma carreira como empreendedor: lançou a marca de cervejas artesanais "12".

Com a proposta de uma “cerveja para todos”, o ex-goleiro lançou a marca no último dia 24. Nesse primeiro momento, os consumidores só podem ter acesso à bebida por meio de um clube de assinaturas, chamado Clube 12.

Em entrevista ao InfoMoney, “São Marcos”, como ficou carinhosamente conhecido pela torcida palmeirense, contou como funciona o clube de assinaturas, como a ideia começou e quais são os planos daqui para frente.

O Clube 12 é um clube de assinaturas da marca limitado a 12 mil assinantes. A ideia é promover a cerveja e proporcionar experiências aos clientes. Durante 12 meses (que compreende o período entre dezembro de 2017 e novembro de 2018) os assinantes receberão a cada mês uma coleção histórica que conta com duas cervejas artesanais do mesmo tipo e uma taça personalizada dentro de uma caixa exclusiva da marca, além disso brindes como camisetas, porta tampinhas de cerveja, abridores de garrafas e outras surpresas poderão fazer partes de alguns dos kits mensais. Mas o período para se inscrever é curto: o clube aceitará adesões até a próxima sexta-feira (3), ao preço de 99,90 por mês.

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Cada kit que o assinante receberá mensalmente simboliza um momento importante da carreira do goleiro, como a final da Copa do Mundo de 2002, que é o tema do primeiro kit da coleção. “Além disso, todos os meses teremos eventos com alguns associados [que serão selecionados via sorteio a cada evento], que serão convidados para participarem de momentos descontraídos e bastante divertidos comigo. Muitas surpresas e novidades exclusivas serão lançadas para os sócios do clube ao longo do ano todo”, afirma Marcos.

Para os assinantes serão disponibilizadas 12 tipos de cervejas artesanais exclusivas (uma por mês) entre elas a Helles, Vienna, Weizen, German Pilsner e Schwarzbier. “Juntamos o que acredito serem os melhores tipos para que os sócios do Clube 12 possam conhecer ao longo deste ano todo. É uma viagem pelo mundo das cervejas artesanais. Quando a 12 for para o mercado, ela vai com o estilo principal dela, que é a Helles. Mas com certeza teremos novidades com frequência levando o melhor da cerveja artesanal ao brasileiro”, afirma Marcos.

O ex-goleiro e agora empreendedor conta que as cervejas artesanais da sua marca são produzidas em uma cervejaria em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. O local pertence a uma família de amigos que concordou em usar o espaço para a produção da bebida. “Eles possuem a qualidade e confiança que buscamos para a receita da 12 ser produzida”, afirma.

Como a ideia surgiu

O ex-goleiro está aposentado desde 2012, mas conta que a ideia de lançar uma cerveja é bem mais recente. Depois que parou de jogar, aproveitou para passar mais tempo com a família e com os amigos, sempre tomando uma boa cerveja. “Algumas vezes me apresentaram a cerveja artesanal, mas sempre achei muito forte”, conta. Mas algum tempo depois, em meio a conversas com amigos, ele descobriu a variedade das cervejas artesanais e que havia um mundo para se explorar. “Meus amigos me apresentaram a cervejaria Walfanger, de Ribeirão Preto".

Depois de algumas degustações, a equipe me deu uma aula sobre o mundo das cervejas artesanais. Eu gostei e procurei saber mais sobre o mercado, passando a me aprofundar cada vez mais”, explica. Foi a partir dessa aula e desse aprendizado mais direcionado que decidiu levar adiante o projeto de criar uma marca de cerveja artesanal. Marcos entendeu que poderia abrir a cabeça de muitas pessoas que, assim como ele, tinham algum preconceito por uma experiência inicial ruim e deixavam de consumir “um produto com tanta qualidade e sabor”.

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Ele conta que empreender nem sempre esteve nos planos e confessa que o ritmo da vida de atleta dificulta desenvolver o projeto de um negócio. “Eu pensava em passar mais tempo com minha família e amigos, descansar, até porque foram 20 anos de uma rotina intensa. Pensava sempre que queria ser útil, fazer algo relevante e que gerasse impacto, nada pensando apenas no lado financeiro. A ideia da 12 surgiu recentemente e me chamou a atenção. Entendi que era o caminho certo. Foi aí que decidi apostar”, afirma Marcos.  Bruno Carone e Juan Brito, seus amigos pessoais, são sócios do negócio.

O ex-goleiro explica que depois que se aposentou estava envolvido em outros projetos e por isso demorou para entrar em no mundo do empreendedorismo. “Teve meu jogo de despedida, o lançamento do livro, várias campanhas publicitárias e eventos. Muitos convites surgiram, mas minha grande dedicação como empresário é realmente agora no ramo de cervejas com o lançamento da 12”, diz.

Segundo ele, esse “gap” na carreira serviu para aproveitar sua família, para descansar e se preparar para o “momento em que surgisse algo que mostrasse um propósito, que acreditasse muito e que estivesse pronto para entrar com força total”. Ele acredita que a cerveja 12 representa esse momento. “Em tão pouco tempo e ainda nascendo, já mostra que vem algo grande pela frente e estou muito feliz com tudo isso”, conta.

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Embora Marcos explique que a maioria dos assinantes sejam palmeirenses, o foco do negócio é conquistar todos os torcedores que apreciam cerveja. “Muitos torcedores de outros times têm se manifestado como assinantes, o que tem me deixado muito feliz, até porque teremos retratado também importantes momentos que vivi pela seleção brasileira. É o que sempre digo, o projeto é para todos. Queremos que a 12 seja reconhecida como a marca do futebol e da resenha, ou seja, de todo brasileiro”, afirma. 

Em relação ao perfil dos assinantes, sem revelar dados, ele conta que pessoas entre 18 e 70 anos já fizeram a assinatura. Apesar da maioria ser homem, o número de mulheres assinantes é "significativo".

Ele acredita que o reconhecimento como um atleta de “todas as torcidas” , devido a seu  bom humor e carisma, foi determinante também para o sucesso da marca. “Esse é um dos reconhecimentos que mais me orgulho na carreira e com certeza está ajudando a fortalecer a marca 12. Se eu tivesse uma rejeição alta de outras torcidas seria impossível lançar uma marca para todos, como é o nosso posicionamento. É o que falamos, o que você faz no seu passado, reflete no seu futuro, seja na vida pessoal ou no mundo dos negócios”, reitera.

Futuro do negócio envolve venda em supermercados

Apenas a cerveja 12 do tipo Helles será comercializada em supermercados e Marcos afirma que o lançamento acontecerá em 2018, sendo que a coleção dos outros tipos artesanais e os rótulos históricos são exclusivos para assinantes do Clube. “Nosso objetivo é de que ela chegue ao Brasil todo ainda no ano que vem. Além da cerveja, o chope 12 também deverá estar disponível. Estudamos ainda o lançamento do empreendimento Bar 12, que ainda está em estudos”, afirma Marcos. Segundo ele há a possibilidade de surgirem novos clubes de assinaturas,  cervejas, chopes, franquias, e produtos exclusivos.  

Marcos protagonizou uma carreira de sucesso dentro das quatro linhas, e em consequência, teve um bom retorno financeiro. Ele conta que sempre manteve um monitoramento das suas finanças e do rendimento do seu dinheiro. “Acho importante para qualquer pessoa aprender a investir desde cedo e contar com a assessoria necessária para isso. Se não tivesse pensado nisso desde cedo, talvez não estaríamos falando sobre o lançamento deste empreendimento neste momento. O que se planta cedo, se colhe mais tarde”, acredita Marcos.

Muitos atletas, principalmente do futebol, começam a jogar muito cedo e administrar o dinheiro e a vida financeira pode deixar de ser uma prioridade ou ser uma responsabilidade difícil. Por isso, Marcos afirma que uma boa assessoria para o jogador é fundamental. “Pensar no futuro desde cedo é importante em qualquer profissão, não é diferente no futebol. Talvez por muitos jogadores não terem tempo de fazer uma faculdade, uma especialização que o ajude na administração de seu dinheiro, seja mais importante a assessoria de alguém ou de uma empresa especializada”, diz Marcos.

“No meu caso eu sempre cuidei e cuido das minhas finanças, mas na parte de projetos e ações de marketing principalmente conto com a Dodici Sports (equipe que o empresaria) para otimizar as ideias e projetos”, complementa Marcos.

O ex-jogador acredita que cada vez mais é importante saber administrar o dinheiro enquanto está jogando para “garantir um futuro estável”. Muitos jogadores acabam em situações financeiras desastrosas depois da aposentadoria. “Viver apenas da imagem é um risco muito alto e pode colocar a pessoa em situações que ela não deseja, apenas pelo lado financeiro. Hoje estou aqui, empreendendo e investindo no que gosto e acredito. Se não tivesse tomado cuidado com a parte financeira desde cedo, o cenário poderia ser diferente”, afirma.

Em relação aos seus investimentos, ele revela que sempre investiu no mercado imobiliário, principalmente no período que viveu “os melhores anos durante sua carreira”. “Foi um mercado que se manteve em alta durante muito tempo e com certeza me ajudou a conquistar muita coisa”, revela.

Segundo Marcos, entre os maiores desafios da aposentadoria está encontrar “uma nova função para  a sociedade” e ele acredita que sua marca está proporcionando isso. Sua visão financeira consciente se une agora a um novo empreendimento que Marcos acredita ter muito potencial. “Eu precisava de algo que realmente me motivasse e tivesse muito a ver comigo. Dezenas de coisas surgiram neste período, mas a 12 mostrou ter um propósito bastante forte e decidi entrar de cabeça”, conta.

Segundo ele, a aposentadoria é uma fase difícil e é preciso estar preparado para o momento de deixar as chuteiras de lado. “Jogador de futebol acaba morrendo duas vezes. A primeira delas é quando a gente se aposenta. É um momento delicado, onde você passa a deixar uma rotina intensa, no meu caso de mais de 20 anos, para viver, digamos que, uma nova realidade. É nessa hora que a gente começa a pensar no que fazer para continuar a ser produtivo de certa forma, afinal, ninguém quer deixar de trabalhar com 40 anos”, afirma Marcos.

As semelhanças entre os negócios e o campo são muitas

A chave do negócio, segundo Marcos, está na preparação. “Ninguém deve abrir o olho em um determinado dia e dizer: Vou abrir meu negócio. Acho que o momento de abrir seu negócio é na hora que você se depara com algo que faz seu coração bater mais forte e sua cabeça pensar grande em um momento oportuno para fazer aquilo, porque preparado mesmo,  você nunca pode dizer que está. Isso é o tempo que vai dizer”, afirma Marcos.

No campo de futebol, na vida ou em qualquer lugar, as adversidades surgem e é preciso ter determinação para seguir firme no que você acredita. E na administração de um negócio não é diferente. “Quantos momentos durante toda minha vida não passei por situações adversas, como todo mundo. O importante é não baixar a cabeça e seguir em frente. Já pensou se o Ronaldo, o Rivaldo, o Felipão e outros jogadores tivessem parado no primeiro contratempo? Talvez hoje não seríamos pentacampeões do mundo”, diz.

Aos 44 anos, e com sua marca própria de cerveja, pode-se dizer que Marcos uniu o útil ao agradável: futebol, resenha e cerveja. A combinação “gostar do que faz” e “um produto com potencial” pode impulsionar ainda mais o sucesso da 12.  

“Todo mundo que me conhece sabe que são 3 coisas que eu gosto muito. Estamos juntando todas elas e levando algo de extrema qualidade para o brasileiro. O mercado da cerveja artesanal no Brasil corresponde a 0,8% do mercado de cerveja no país. Nos Estados Unidos, ele representa quase 20%. Olha o tamanho do mercado que temos pela frente. Para mim, ser empresário está totalmente ligado à minha paixão. Não me vejo sendo bem-sucedido em algo que não gosto e não acredito”, afirma Marcos.

Esta, talvez, seja uma das partes mais burocráticas de abrir um negócio.😥 Por isso, #LivreIniciativa reuniu algumas dicas valiosas para você: //bit.ly/2gSfkgS #Empreendedorismo

Publicado por Vida Financeira e Emprego em Quarta-feira, 1 de novembro de 2017
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