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A Ambev viu seu lucro líquido saltar quase 50% no terceiro trimestre, apoiada em forte crescimento de receita, apesar da desaceleração no volume de vendas decorrente de preços mais altos. A maior fabricante de bebidas do país teve lucro líquido de 2,51 bilhões de reais entre julho e setembro, 48,7% superior ao apurado um ano antes.

No período, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou 3,79 bilhões de reais, comparado a 2,99 bilhões em igual período de 2011, com a margem praticamente estável, passando de 47 a 47,2%.

O volume de vendas nos três meses até setembro totalizou 40,5 milhões de hectolitros, alta anual de 1,5%, mas uma queda que a empresa classifica como orgânica de 0,5%, sendo que o volume de cerveja teve leve alta de 0,3%, enquanto o de bebidas não-alcoólicas caiu 2,3%.

Se consideradas apenas as operações no Brasil, o volume de cerveja subiu ligeiro 0,2% e de bebidas não-alcoólicas cresceu leve 0,4%, em meio a um ambiente marcado por aumento de preços decorrente de tributações sobre o setor de bebidas.

Com isso, a receita líquida alcançou 8,04 bilhões de reais, acima dos 6,37 bilhões vistos um ano antes.

A associação dos supermercados brasileiros (Abras) já havia informado no mês passado que a cesta de bebidas alcoólicas teve a queda mais expressiva no volume de vendas do setor no acumulado até agosto, recuando em 0,3%, comparado a forte alta de 7,2% um ano antes.

A Ambev reajustou preços ao varejo no final do terceiro trimestre para incluir tanto o aumento praticado no último trimestre de cada ano quanto o repasse de impostos mais elevados, previstos para o início de outubro.

O governo, entretanto, decidiu no final de setembro adiar o aumento de impostos sobre a cerveja para abril de 2013 em troca de novos investimentos por parte das empresas, o que levou a Ambev a anunciar reduções de preço e antecipar as promoções de verão, que devem se refletir no atual trimestre. Pela nova medida, o aumento dos encargos, que seria implementado gradualmente em quatro anos, foi diluído para seis anos.

A companhia perdeu participação de mercado no Brasil no trimestre passado, principalmente no segmento de cerveja, atingindo 68,5%, queda de 110 pontos-base sobre um ano antes, afetada pelos preços e base de comparação mais forte com o ano anterior. Em refrigerantes houve recuo de 40 pontos, a 18,5%.

Segundo a companhia, o custo sobre produto vendido por hectolitro aumentou 11,3% no terceiro trimestre, a 64,7 reais. No Brasil apenas, a alta foi de 12%, refletindo pressões de custo da cevada, do alumínio e do açúcar, entre outros aspectos.

"Continuamos esperando que o crescimento do custo sobre produto vendido por hectolitro no ano no Brasil seja abaixo da inflação", afirmou a empresa no balanço.

A empresa faz parte da Inbev, maior cervejaria do mundo e que divulgou mais cedo lucro trimestral abaixo do esperado por analistas, atingida por queda de vendas nos Estados Unidos .

Nova fábrica

A Ambev reiterou o compromisso de investir até 2,5 bilhões no Brasil no fechado deste ano. Deste total, 1,96 bilhão foram desembolsados até setembro, sendo cerca de 75% voltados ao Brasil. No terceiro trimestre foram investidos 965,7 milhões de reais.

Nesta quarta-feira, a companhia também anunciou investimento de 550 milhões de reais para construção de uma nova fábrica em Uberlândia (MG), que terá capacidade de produzir até 8 milhões de hectolitros de cerveja.

Dentre as operações internacionais, a HILA-ex - que compreende a região da América Latina Hispânica - registrou crescimento de quase 55% no volume de vendas no terceiro trimestre, o primeiro que consolidou integralmente os resultados da Cervecería Nacional Dominicana (CND), cuja participação foi adquirida em maio pela Ambev.

A desempenho da HILA-ex compensou a queda de 2,3% nos volumes na América Latina Sul - que inclui as operações na Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Chile -, decorrente principalmente do difícil cenário macroeconômico na Argentina, segundo a Ambev.

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