O mercado formal de trabalho registrou em julho saldo negativo de 157.905 postos. É o pior resultado da série histórica desde 1992. Foi o quarto mês seguido em que as demissões superam as contratações de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho divulgado nesta sexta-feira (21).
O resultado é muito inferior ao do mesmo mês do ano passado, quando foram criadas 11.796 vagas. Entre janeiro e julho, foram eliminados 494.386 empregos com carteira assinada, contra a geração líquida de 681.493, em igual período de 2014, considerando dados ajustados.
Setores
A indústria de transformação foi a responsável pelo maior número de vagas formais de trabalho fechadas em julho. No mês passado, o saldo do setor ficou negativo em 64.312 postos. O número é resultado de 216.294 admissões e 280.561 desligamentos no período e representa o pior dado para o mês da série histórica.
O setor de serviços foi o segundo que mais fechou vagas no mês passado, com saldo negativo de 58.010, seguido do comércio, com menos 34.545 vagas, e da construção civil, que fechou 21.996 postos formais de trabalho. A administração pública fechou o mês com menos 2.001 vagas.
O resultado de 157.905 vagas fechadas no País só não foi pior, porque a agricultura registrou um saldo positivo de 24.465 novas vagas. O setor extrativo mineral apresentou relativa estabilidade, com menos 795 postos em julho.
Retração
O mercado de trabalho vem sofrendo com a atual conjuntura de economia em contração, inflação e juros elevados e instabilidade política, que tem abalado a confiança dos agentes econômicos.
Também no mês passado, a taxa de desemprego no Brasil saltou para 7,5% em julho, maior nível em mais de 5 anos, em consequência do aumento de quase 10% da população desocupada, informou na véspera o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O cenário econômico ruim deverá continuar. Na pesquisa Focus do Banco Central, economistas de instituições financeiras estimaram retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,01% este ano, e alta do IPCA de 9,32%.
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