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Com produção em queda acentuada e estoques em níveis similares aos do final de 2008, no auge da crise financeira internacional, a indústria automobilística demitiu em fevereiro 1.846 trabalhadores. Nos dois primeiros meses do ano, já foram eliminadas 2,2 mil vagas. O setor emprega atualmente 142,3 mil pessoas, o menor contingente desde maio de 2011.

América Latina

O Brasil perdeu para o México a liderança na produção de veículos na América Latina e, neste ano, pode também deixar de ser o quarto maior mercado de carros do mundo. O Brasil caiu da 7ª colocação para a 8ª no ranking dos maiores fabricantes globais em 2014, com 3,1 milhões de unidades. O México produziu 3,3 milhões.

Apesar dos cortes e das várias medidas de redução da produção, como férias coletivas, folgas e lay-off (suspensão dos contratos de trabalho), fábricas e revendas têm atualmente 329 mil veículos em estoque, suficientes para 50 dias de vendas. A última vez que dados semelhantes foram registrados foi em novembro de 2008. O setor considera normal estoques para 25 a 30 dias.

Máquinas agrícolas têm menor ritmo de vendas dos últimos 7 anos

O ano das máquinas agrícolas começou pior do que o imaginado. Segundo o relatório da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o setor comercializou 7.040 unidades entre tratores, cultivadores, colheitadeiras e retroescavadeiras nos primeiros dois meses – 3.348 em janeiro e 3.692 em fevereiro.

A marca é a pior das últimas sete temporadas. Em 2009, 6.719 unidades foram comercializadas. Comparando com o primeiro semestre de 2014, a queda nas vendas é de 24,9%. Na temporada passada, 9.369 unidades deixaram as concessionárias em janeiro e fevereiro.

A maior queda, de 60,7%, foi sentida no segmento de tratores de esteiras. Entre os maquinários mais procurados pelos agricultores, tratores de rodas e colheitadeiras registraram redução de 19,5% e 42,4%, respectivamente, comparando com a temporada passada.

Com os sinais de desaquecimento do setor no final do ano passado, as empresas começaram a rever seus planos de negócios. Para acompanhar o mercado, a produção de máquinas agrícolas reduziu 27,4% no primeiro semestre deste ano em comparação com o ano passado. Enquanto 12,8 mil unidades deixaram as fábricas em 2014, esse ano foram apenas 9,3 mil.

O setor de máquinas agrícolas já vinha de redução nos negócios em 2014. Após o ano histórico de 2013, quando 83 mil máquinas foram comercializadas – o recorde anterior era 80,2 mil unidades, de 1976, na era da mecanização na agricultura – as vendas na temporada passada foram de 68,3 mil unidades.

A produção de veículos caiu 2,3% em fevereiro na comparação com janeiro e 28,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram fabricadas 200,1 mil unidades, o mais baixo volume desde fevereiro de 2009, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

No bimestre, a produção teve queda de 22% na comparação com igual período de 2014. “O resultado é reflexo do desempenho do mercado interno (que caiu 23,1% no período) e das exportações (com redução de 7,2%)”, justifica o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

O executivo credita o atual cenário a fatores como perda da confiança dos consumidores, medidas de ajuste econômico, efeitos da alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em janeiro, crédito escasso e mais caro, além do menor número de dias úteis em fevereiro, por causa do carnaval.

Com esse desempenho fraco no primeiro bimestre, no próximo mês a entidade vai refazer suas previsões para 2015. As apostas no início do ano eram de estagnação nas vendas e alta de 4% na produção e de 1% nas exportações. Segundo Moan, os novos números trarão significativa queda em todos os itens.

“Março vai ser um mês crítico para avaliar qual vai ser a nova tendência do mercado. Ao ritmo atual, as vendas não superariam os 3 milhões de unidades”, diz Jaime Ardila, presidente da General Motors América do Sul, indicando que a queda poderia ficar próxima de 14%.

Excedente

Apesar do corte de empregos, Moan diz que as montadoras têm feito grande esforço para preservar postos. Contudo, admite que as empresas “têm um excedente de pessoal bastante forte”. Ele lembra que, em fevereiro de 2009 – ano em que foram produzidos 3,1 milhões de veículos –, as montadoras empregavam 124 mil pessoas. Hoje, são 18 mil a mais.

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