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Shoppings ficaram lotados, mas nem todos os clientes carregavam sacolas: cliente está pesquisando muito antes das compras. | Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo
Shoppings ficaram lotados, mas nem todos os clientes carregavam sacolas: cliente está pesquisando muito antes das compras.| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

O último fim de semana antes do Natal foi de movimento intenso nos shoppings e nas lojas do centro de Curitiba, mas de poucas sacolas nas mãos dos clientes. A palavra mais ouvida pela reportagem, que percorreu o comércio local no domingo (20), foi “pesquisar”, mesmo faltando poucos dias para o Natal.

Veja o que dizem clientes e comerciantes sobre as compras de Natal

O clima curitibano tipicamente chuvoso afastou os clientes das ruas e quem saiu ganhando foram os lojistas dos shoppings. “O pessoal está procurando mais, pesquisando mais, mas não está deixando de comprar”, diz a gerente da Livraria Curitiba do Muller, Mileidi Romão Casco, que não sentiu diferença no movimento de 2014 para cá.

A mesma percepção teve a gerente Maria Soares, da MyComfort, loja de calçados recém-inaugurada.“Superaram as expectativas”, diz. Já para Paul Marinho, da Chilli Beans, comércio de óculos e relógios importados, o jeito foi investir nas promoções para atrair mais clientes. “O fluxo diminui muito e as vendas caíram pelo menos 30%.”

Nas lojas do Centro, os comerciantes, apesar de otimistas de que as vendas vão crescer até o dia 24, demonstraram desânimo com a chuva que caiu na capital no domingo. “O fluxo de compras está menor, até porque não está um clima quente como em outros anos”, lamentou a gerente da Sul Center Modas, Celsa Maria da Silva Gonçalves. Tiago Erivaldo, da Omar Calçados, conta que, apesar da chuva, vale a pena investir nos clientes “de final de semana”. “O fluxo está bom, não dá para reclamar, mas o poder de compra talvez esteja um pouco menor que no ano passado”, diz.

Orçamento apertado

Bruna Nuzzeti, Sheila Vagner e Rose Veloso – filha, mãe e avó – resolveram enfrentar o tempo ruim e foram às compras na Rua XV, onde, para elas, há mais opções e preços. “Desta vez o orçamento está mais apertado, por isso a gente anda mais”, diz Sheila. A família gastou em média R$ 50 por presente. “No ano passado, gastamos mais e estendemos os presentes para amigos mais distantes, agora ficou mais restrito”, explica a mãe.

A técnica em edificações Flávia Regina de Andrade saiu com uma lista de presentes de casa para não se perder nas contas do fim de ano. “Se gasta mais com presentes, tem menos para as férias, passeio e viagem”, afirma. Ela estabeleceu uma média de gasto de R$ 40, mas chegou aos R$ 70 e R$ 80 em alguns presentes. “Ainda falta o da minha mãe; está difícil”, ri.

O casal Erci e Albo Alencar só foi ao shopping para pesquisar. “A gente ainda vai investigar mais, até porque, com três netos, não dá para sair gastando”, diz Erci. São nesses clientes que a gerente Michele Riges, da loja de presentes Imaginarium, promete investir. “Eu tinha uma expectativa melhor para o final de semana. Em comparação com o ano passado, tive uma queda”, diz ela. “As pessoas vão, como todo ano, deixar para os últimos dias.”

Não foi o caso da advogada Ana Carolina de Almeida, que, neste ano, preferiu evitar a correria de Natal e fez as compras já aproveitando as promoções da Black Friday, no mês passado. “Todo mundo vai ganhar presentes”, contou a advogada que passou no shopping apenas para comprar uma lembrança de aniversário.

O único que parece não sofrer com o orçamento apertado ou o tempo ruim é o Papai Noel do shopping. Atuando há 12 anos no Muller, ele avalia que, neste ano, a fila só aumentou. “Agora é o passo final, quando o trabalho fica bem puxado”, diz o bom velhinho, já voltando para a poltrona.

  • “Estou gastando basicamente o mesmo valor em cada presente, porque é difícil encontrar coisas muito mais em conta”, diz Flávia Regina de Andrade, técnica de edificações.
  • “Acabou ficando para a última hora. Estamos pesquisando bastante, mas está difícil [encontrar preços acessíveis]”, dizem Bruna Buzzeti, Sheila Vagner, Rose Veloso – filha, mãe e avó.
  • “A gente já deu uma olhada em outros shoppings e na rua, agora vamos dar uma olhada aqui para ver o que está mais acessível”, dizem Erci Mussi Alencar Oliveira, professora, e Albo Alencar, técnico de obras.
  • “Pesquisei pela internet, onde foi o melhor custo benefício. Teve só lembrancinha e teve presentão, porque a família é grande”,afirma Ana Carolina de Almeida, advogada.
  • “Na semana passada, teve um crescimento muito bom no movimento e acredito que nesta semana haja um crescimento maior ainda”, diz Tiago Erivaldo, gerente da Omar Calçados.
  • “Eu tinha uma expectativa melhor para o final de semana. Em comparação com o ano passado, tive uma queda”, afirma Michele Riges, gerente da loja de presentes Imaginarium.
  • “Ficamos preocupados por causa da crise, mas as expectativas estão boas”, diz Mileidi Romão Casco, gerente da Livraria Curitiba.
  • “Estamos gastando menos, a média de preço tem que ficar mais barata. Também restringimos os presentes só para os de casa”, diz Geeli da Rocha, balconista.
  • “O movimento não para. Mas, devido à crise, os preços aumentaram muito e as pessoas já não estão consumindo tanto, têm que escolher entre um produto e outro”, diz Paul Gonzales Marinho, gerente da Chilli Beans.
  • “Agora é o passo final, quando o trabalho fica bem puxado”, afirma o Papai Noel do Shopping Mueller.
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