O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que os reservatórios da região Sudeste, considerada a caixa d’água do país, cheguem ao final de abril, quando termina o período chuvoso no país, com reservas entre 32% e 35% da capacidade.
O Nordeste, que detém segunda maior capacidade de reserva de água, deve chegar, na estimativa do operador, em torno de 26,5%. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (27) pelo diretor geral do ONS, Hermes Chipp. Segundo ele, esses volumes afastam a possibilidade de racionamento até o final do ano.
De acordo com Chipp, os porcentuais permitirão chegar ao final do ano com a média dos reservatórios do sistema elétrico acima de 10%. No início do ano, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, estipulou como limite um percentual abaixo de 10% para que fossem tomadas medidas de racionamento.
“Vamos perseguir até a última gota a garantia física de oferta de energia. A princípio, com esses volumes, não precisaremos chegar a racionamento. O ONS não racionamento preventivo”, disse Chipp.
Os motivos para que o ONS afastasse a possibilidade de tomar medidas extremas de redução de demanda foram dois: as “águas de março” e do final de fevereiro e o baixo desempenho da atividade econômica do país.
A expectativa de iniciar o período seco, que vai de abril a novembro, com um nível razoável de reservatórios ocorre, segundo o ONS, mesmo com a possibilidade do período seco registrar chuvas em volume de 35% do esperado.
O mau desempenho da economia brasileira fez o ONS reduzir também a expectativa de crescimento de consumo de energia no país neste ano, de 3,2% para 0,2%. Essa estimativa ainda não foi divulgada oficialmente pelo ONS. Esse porcentual é usado pelo operador para calibrar a operação e basear as decisões de ligar o desligar as usinas térmicas.
Pesam na expectativa de crescimento baixo do consumo de energia fatores como o fraco desempenho do PIB de 2014, que cresceu 0,1%, segundo divulgou IBGE nesta sexta, o prolongado mau momento da indústria e a indicação de desaceleração do setor de serviços. Aliado a isso, há o aumento das tarifas, que reduzem o consumo, e a crise da Petrobras, que fez parar diversas obras pelo país.
A alta das tarifas e o fim do período de forte calor registrado em janeiro afastam também a possibilidade de haver novamente um apagão como o registrado em janeiro, em que o ONS promoveu um corte proposital no fornecimento de energia porque a oferta não estava dando conta da demanda. “Não vai ter mais nenhum corte de energia este ano”, disse Chipp.
Bônus para juízes, proposto por Pacheco, amplia gasto recorde do Brasil com o Judiciário
Quais impostos subiram desde o início do governo Lula e o que mais vem por aí
Perguntas e respostas sobre a reforma tributária; ouça o podcast
Carne deve ter imposto? Taxação de alimentos promete debate acirrado no Congresso
Deixe sua opinião