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Países em desenvolvimento devem se preparar para um longo período de volatilidade nos mercados financeiros e crescimento mais fraco, com aumento das tensões sobre uma piora da crise da dívida na zona do euro, afirmou o Banco Mundial (Bird) nesta terça-feira (12).

De acordo com o relatório Perspectivas da Economia Mundial, a economia do Brasil deve operar provavelmente abaixo do potencial neste ano, crescendo 2,9 por cento, antes de seguir rumo a uma alta de 4,2 por cento no próximo.

Alertando que a situação na Europa pode piorar, o Banco Mundial avaliou no relatório que nações em desenvolvimento devem se preparar também para tempos mais difíceis, reduzindo sua dívida de curto prazo, cortando déficits orçamentários e seguindo rumo a uma posição monetária mais neutra, para que as políticas possam ser abandonadas rapidamente se necessário.

"O mercado de capital global e o sentimento do investidor devem permanecer voláteis no médio prazo -tornando a definição de políticas econômicas difícil", afirmou o diretor de perspectivas de desenvolvimento do Bird, Hans Timmer.

Ele disse que autoridades dos países em desenvolvimento devem se "distanciar do combate a incêndios para fortalecer o potencial de crescimento", ao focar em reformas e investimento em infraestrutura em vez de reagir aos acontecimentos diários na economia global.

O relatório prevê ainda que o crescimento nos países em desenvolvimento deve desacelerar para 5,3 por cento em 2012, depois de ter registrado alta de 6,1 por cento no ano passado. O Banco Mundial estima fortalecimento para 5,9 por cento em 2013, e para 6 por cento no ano seguinte.

As previsões sofreram poucas modificações em relação às anunciadas em janeiro.

Quanto à economia global, que avançou 2,7 por cento em 2011, o Bird afirmou que ela deve se expandir 2,5 por cento neste ano, acelerando para 3 por cento em 2013 e 3,3 por cento em 2014 -sem alterações frente à perspectiva de janeiro.

Timmer alertou que uma grave crise financeira ainda é possível, mesmo com um "cenário de confusão" sendo mais provável.

Os mercados financeiros já estão no limite, com investidores migrando para a segurança de títulos da dívida dos governos alemão e norte-americano, com temores de que as eleições gregas no domingo podessam abrir as portas para Atenas deixar a zona do euro.

No sábado, os ministros das Finanças da zona do euro aceitaram emprestar à Espanha até 100 bilhões de euros (125 bilhões de dólares) para ajudar os bancos espanhóis em dificuldades.

Timmer afirmou que a resolução dos problemas da Europa é um desafio de longo prazo.

"Não há bala de prata. Não dá para resolver problemas em um fim de semana. Existem mudanças estruturais necessárias para recuperar o potencial de crescimento na Europa e em outros países de alta renda", completou.

As previsões atualizadas do Bird projetam que a economia da zona do euro se contrairá em 0,3 por cento neste ano, antes de retomar um crescimento de 0,7 por cento em 2013 e 1,4 por cento em 2014. O avanço foi de 1,6 por cento no ano passado.

Apesar do aumento das tensões financeiras globais, cerca de 60 por cento dos países em desenvolvimento estão operando em linha com seu potencial ou acima, acrescentou o Banco Mundial.

Para a América Latina e o Caribe, o crescimento cairia para 3,5 por cento neste ano, firmando-se em 4,1 por cento no próximo e em 4,0 por cento em 2014. A região cresceu 4,3 por cento em 2011.

A instituição prevê também que o crescimento chinês atingirá uma taxa mais sustentável de 8,2 por cento neste ano, depois de registrar 9,2 por cento em 2011, antes de se recuperar para 8,6 por cento em 2013.

"Em nossa visão, essa desaceleração é algo que leva a China a um ritmo muito mais sustentável", avaliou Timmer. "A China é um dos países que se pode argumentar que havia atingido restrições à capacidade", completou.

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