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A diretora teatral Salete Arruda: falta de qualidade no serviço motivou troca de operadora, mas foi preciso mudar de número | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
A diretora teatral Salete Arruda: falta de qualidade no serviço motivou troca de operadora, mas foi preciso mudar de número| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

Operadoras esperam ganhar mercado

Embora até agora o porcentual de clientes que têm mudado de operadora com a portabilidade seja pequeno – 0,2% do total de consumidores atingidos –, as companhias telefônicas esperam que a mudança colabore para transformar o mercado de telefonia no país. "É uma oportunidade de crescimento para todas as operadoras, já que o cliente passa a ser o dono do número de telefone, e não mais a companhia telefônica.", afirma o diretor regional da TIM, José Doroteu Fabro.

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A diretora teatral Salete Arruda vem contando nos dedos os dias restantes para a segunda-feira, 12 de janeiro. É nesta data que a portabilidade numérica – ou seja, o direito de trocar de operadora sem precisar mudar o número do telefone fixo ou celular – entra em vigor no DDD 41, que abrange Curitiba, Região Metropolitana e Litoral.

"Agora é a hora de pesquisar quem tem menos queixas, ver o que cada uma tem a oferecer e deixar de ser palhaço", diz Salete, que já teve de trocar de operadora por problemas no serviço, tanto do telefone fixo quanto do celular, duas vezes – às custas, é claro, de muita dor de cabeça. "Naquela época, tive de abrir mão do número, me incomodar para fazer o cancelamento, informar os amigos sobre o novo telefone. Mas quando você vê que não dá mais, quando você já reivindicou seus direitos correndo atrás dos Procons da vida e não adiantou nada, tem que trocar. É desumano depender de empresas como essas."

Além de Salete, que agora se poupará de incômodos quando trocar de operadora, outros 13 milhões de brasileiros terão o direito à portabilidade a partir de amanhã, somando-se às quase 80 milhões de pessoas que têm a possibilidade de trocar de operadora e manter o número de telefone desde 1º de setembro de 2008. Até agora, foram feitos 195 mil pedidos de portabilidade em todo o país. No Paraná, onde a portabilidade está disponível nos DDDs 43 e 44, no Norte do estado, foram 30 mil trocas no mesmo período.

O porcentual de consumidores que optam por trocar de operadora pode ser pequeno, mas a mudança promete melhorar a muitas vezes sofrível qualidade de atendimento e de serviço das operadoras telefônicas, por causa do aumento da concorrência. "Num cenário em que uma operadora quer tomar clientes da outra, a cobertura, a qualidade do serviço e o atendimento serão cada vez mais importantes", pondera o presidente da consultoria em telecomunicações Teleco, Eduardo Tude. Para a advogada da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Vanessa Vieira, a grande contribuição da portabilidade é o aumento da concorrência. "As operadoras vão ter de oferecer preços e serviços melhores para atrair os consumidores."

Preparação

Entre as operadoras, os esforços majoritários, dizem as empresas, têm sido para melhorar a qualidade do serviço, comenta o diretor regional de marketing da operadora TIM, José Doroteu Fabro. "Todas as empresas estão vendo a portabilidade como uma oportunidade de melhoria da prestação de serviço, e quem vai ganhar é o cliente, porque a operadora que não tiver um bom atendimento não vai conseguir se manter no mercado."

Fabro afirma que a TIM está se preparando para a portabilidade desde o segundo semestre de 2008, investindo em equipamentos e no treinamento da rede de venda e de atendimento. A GVT, operadora de telefonia fixa que está há oito anos no Paraná, diz ter investido R$ 17 milhões em tecnologia no projeto de portabilidade, que vem sendo desenvolvido há dois anos. "A portabilidade sempre foi uma das bandeiras defendidas pela GVT, porque isso era uma grande barreira para o crescimento da empresa", comenta o diretor de marketing e produtos da operadora, Ricardo Sanfelice.

Na Vivo, operadora de telefonia celular, os esforços para a melhoria da qualidade do sinal vêm desde 2007. "Já estávamos vislumbrando o cenário da portabilidade. O fato é que o preço dos serviços está se tornando uma commodity: o mercado está ditando o preço. O diferencial mesmo está na qualidade do serviço", opina o diretor regional territorial da Vivo, Marcelo Repetto. A Claro, que também opera celulares, diz ter investido especialmente no treinamento e na mudança dos processos internos para a ativação da portabilidade. A Brasil Telecom foi procurada para comentar a mudança, mas a assessoria de imprensa da operadora informou que a empresa não está se manifestando a respeito do tema.

Promoções

Para atrair novos clientes e reter os atuais, boa parte das operadoras optou por lançar promoções especiais – ou "turbinadas", como explicam os diretores das empresas – para a portabilidade. Na Vivo, clientes que migrarem de outras operadoras terão até mil minutos para falar de graça com outro Vivo, e os que optarem por planos pós-pagos poderão retirar um aparelho gratuitamente. A operadora também diz que irá investir na possibilidade de retenção dos clientes, que pode ser feita num prazo de 48h após o pedido de mudança de operadora.

A TIM afirma ter ampliado a abordagem de atuais clientes para oferecer vantagens e planos de fidelidade. Para clientes da portabilidade, a operadora oferece bônus para ligações de TIM para TIM e descontos na compra de aparelhos.

A GVT e a Claro não lançaram promoções específicas para os clientes da portabilidade. O diretor regional da Claro, Eduardo Coutinho, diz apenas que a operadora tem investido em segmentos que tendem a aproveitar mais a mudança, como os chamados heavy users – clientes corporativos de pós-pago.

A advogada Vanessa Vieira, da Proteste, alerta que as promoções das operadoras, na maioria das vezes, estão condicionadas a um período de fidelidade, estipulado em contrato – que deve ser de no máximo um ano. Se o consumidor quiser trocar de operadora enquanto o contrato estiver em vigência, poderá ter de pagar a multa estipulada – e sem reclamar.

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