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Kleber Puchaski, da Feel the Future: utilização dos conceitos do design para solucionar problemas das empresas | Marco Andre Lima/ Gazeta do Povo
Kleber Puchaski, da Feel the Future: utilização dos conceitos do design para solucionar problemas das empresas| Foto: Marco Andre Lima/ Gazeta do Povo

Quatro passos

O Instituto de Design de Stanford, referência na área de design thinking, formulou os quatro passos para a utilização dessa ferramenta:

Empatia

A fase de inspiração. Gestores e tomadores de decisão devem se livrar dos conceitos preconcebidos sobre o produto ou serviço que oferecem e buscar uma nova perspectiva, a partir da interação com o usuário. A pergunta a ser respondida é: como o meu cliente de fato usa o meu serviço ou produto?

Definição

A segunda etapa é definir o problema com as informações coletadas no primeiro estágio. Definir o problema a partir do ponto de vista do consumidor garante que as questões realmente relevantes sejam abordadas.

Ideias

É a hora de desenvolver ideias. Neste estágio, os gestores devem oferecer soluções para o problema apresentado. O objetivo é juntar as soluções durante um brainstorm. A príncipio, todas as ideias são válidas.

Teste

É a hora de criar protótipos e testar soluções. É comum que a solução definitiva só venha após muitas tentativas, por isso o uso de protótipos, modelos ainda não prontos para o mercado.

O nome parece pomposo, mas a ideia é relativamente simples: fa­­zer as empresas se anteciparem às demandas dos consumidores com a criação de novos produtos e servi­­ços. Resumidamente, esse é o conceito de design thinking, uma fer­­ra­­­menta cada vez mais presente na gestão de empresas brasileiras. Em oposição ao business thinking – o método tradicional de avaliação dos negócios, predominantemente quantitativo –, a apropriação de conceitos do design pelos gestores permite uma reflexão mais subjetiva da necessidade dos clientes.

Um exemplo clássico do resultado da utilização do design thinking por uma empresa foi o surgimento do iPod, da Apple, há quase dez anos, em novembro de 2001. Intuitivo e integrado ao iTunes, programa para baixar músicas, o aparelho revolucionou o mercado da música e decretou a morte dos CDs. No caso, por meio do "pensar como um designer", a Apple conseguiu se antecipar a um desejo do consumidor, oferecendo um produto que ele não imaginava que gostaria de ter.

Em Curitiba, o escritório Feel The Future, consultoria de inovação e design, é uma referência nessa área e conta com clientes como a Nokia, no Reino Unido, e a Hyundai, na Coreia do Sul, além de trabalhar com empresas nacionais, como Itaú, HSBC e Electrolux. "Não atuamos como designers, mas como facilitadores de um diálogo entre a empresa e o usuário", diz Kleber Puchaski, diretor da empresa.

Martha Terenzzo, especialista em inovação e professora da ESPM, em São Paulo, que oferece cursos de design thinking, diz que o proceso, quando aliado à estratégia da empresa, costuma dar muito mais resultado. "Dessa forma, a inovação pode vir através da melhoria de uma problema no SAC ou até redução de uma fila do caixa do supermercado local", diz. "Qualquer em­­­presa pode adotar o modelo, não há limitação pelo porte. O sistema é muito simples e implementável no curto prazo. O que faz o modelo ser uma alavanca de inovação numa empresa é a estratégia alinhada ao modelo. Ou seja, não adianta uma empresa empregar o modelo e apenas usá-lo uma vez, ou dissociado de inovação. A gestão da inovação deve permear a cultura da empresa e isso depende muito mais do empreendedor."

Puchaski concorda que o método não serve apenas para a criação de produtos ou serviços, mas também pode ser aplicado nas decisões estratégicas e nos próprios processos de gestão. "É uma maneira diferente de pensar, que envolve principalmente a colaboração entre diferentes áreas e a experimentação. O importante é a forma de pen­­­sar. É utilizar a criatividade com foco nas necessidades do consumidor."

Serviço:

A Endeavor promove a palestra "(Re)inventando negócios através do Design Thinking", com Kleber Puchaski. Será hoje, 3 de agosto, às 19 horas, na sala de convenções do Cietep (Avenida Comendador Franco, 1.341, Jardim Botânico, Curitiba). A entrada é franca.

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