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Quem tem mais de 30 anos deve se lembrar de um conselho que era dito muitas vezes por pais e avós: o importante era conseguir um emprego e ficar bastante tempo numa empresa. Só que hoje, essa regra mudou.

"A mudança de emprego é muito bem-vinda também. Com ela, você oxigena a sua cabeça e aprende outras culturas, desde que você consiga fechar ciclos de competência em cada empresa. Eu diria que dificilmente você fecha um ciclo em menos de dois anos", afirma a consultora de seleção de executivos Maria Paula Sampaio.

Quando surge a ideia de mudar de emprego, é importante refletir bem para saber o que está levando ao desejo de mudança. As razões mais comuns passam pela falta de reconhecimento, de motivação ou por causa de salários baixos.

Segundo Maria Paula Sampaio, é preciso ter cuidado se buscar um salário maior for a principal razão para mudar de carreira. "Se você se movimenta por dinheiro, o seu vínculo com a nova empresa é muito pequeno. O resultado de um funcionário que trabalha infeliz, mas bem remunerado, certamente é pior do que aquele que trabalha feliz e remunerado de acordo com o mercado", ela explica.

Se você resolver que é mesmo hora de mudar, faça um bom planejamento, levando em consideração os seguintes pontos:

- Em primeiro lugar, analise do que você gosta mais e no que você se destaca; defina seus pontos fortes e trabalhe os pontos fracos.

- Encontre empresas que desejem o que você tem a oferecer.

- Verifique se o perfil da empresa condiz com os seus objetivos: um profissional mais jovem pode se adaptar melhor a uma estratégia agressiva; já alguém mais experiente, provavelmente está apto a buscar uma posição de liderança.

É possível também conciliar as duas características, como fez o empresário Tom de Oliveira. Depois de 12 anos trabalhando em bancos e instituições financeiras, Tom ainda não se sentia realizado profissionalmente. Com a ajuda de um consultor em gestão de carreira, ele fez uma análise profunda do próprio perfil e descobriu que tinha todas as características de um líder.

Ciente da própria capacidade e já com bastante experiência, a decisão veio naturalmente: reunir tudo isso e investir no próprio negócio. Hoje, Tom tem uma empresa de tecnologia da informação especializada em programas de computador para a área financeira. "Nada é fácil numa nova carreira, os desafios são diários. Por isso, acho que tem que ter uma preparação", aconselha Tom. "Busque sempre se juntar com pessoas que possam te ajudar. O resultado final vale a pena".

Um receio que sempre surge é se o atual emprego corre risco se a empresa ficar sabendo dos planos de mudança. "Para as empresas maduras em termos de ferramentas recursos humanos, isso não é perigoso – nem deveria ser. Se uma empresa é saudável e boa de se trabalhar, não precisa colocar muros para o seu pessoal não poder fugir. É o contrário: a empresa tem que estar aberta, e o profissional tem que ficar porque quer", acredita a consultora Maria Paula Sampaio.

Muitas vezes, o profissional insatisfeito pode pesquisar, analisar e descobrir que o melhor é ficar onde está. "O jardim do outro é sempre mais verde. No emprego é assim também: como são boas as empresas onde a gente não trabalha! Tem um pouco disso, e às vezes se a pessoa olhar, em casa é que está bom", diz Sampaio.

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