Os produtos típicos das festas juninas não só estão mais caros, como seus preços subiram acima da inflação acumulada desde junho de 2014. Um levantamento do economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas, revela que os consumidores estão pagando, em média, 9,95% mais caro pelos itens procurados para as festas de São João, na comparação com 2014, enquanto a inflação acumulada no período ficou em 8,63%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV.
Índices reforçam quadro de ‘estagflação’
Indicador do BC registra em abril o nível mais baixo em três anos. Já o IPCA-15 de junho manteve trajetória de alta dos preços
Leia a matéria completaDos 24 “produtos juninos” analisados, sete puxaram a alta, com elevações de preços superiores à do IPC: carnes bovinas (17,98%), bebidas destiladas (15,11%), couve (14,60%), refrigerantes e água mineral fora de casa (11,26%), além de doces e salgados (11,05%), cervejas e chopps (9,79%) e linguiça (9,34%).
O especialista aponta o aumento das exportações de carnes para a China como o motivo do encarecimento do produto por aqui. “Isso diminui a oferta de carne no mercado doméstico, provocando aumento dos preços”, disse. No caso da couve, a explicação de Braz é a diminuição da área plantada, resultando também em redução da oferta no mercado doméstico.
Por outro lado, oito itens do levantamento ficaram mais baratos desde as festas juninas do ano passado. Os destaques são a farinha de mandioca (-26,16%), a batata-inglesa (-11,25%) e o milho de pipoca (-6,15%).
Por serem itens específicos para as celebrações típicas do mês de junho, o economista do Ibre afirma não ser possível escapar dos aumentos de preços. Por outro lado, ele dá dicas de como economizar, orientando a busca dos chamados “atacarejos” e a realização das compras ao longo do mês, em vez de uma única ida ao supermercado. “Assim, aproveita-se melhor as promoções ocasionais”, detalha Braz.
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