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A nova administração de Mauricio Macri está alterando políticas dos governos anteriores na esperança de estimular o investimento em infraestrutura, como em redes de telecomunicações | Casa Rosada/Fotos Públicas
A nova administração de Mauricio Macri está alterando políticas dos governos anteriores na esperança de estimular o investimento em infraestrutura, como em redes de telecomunicações| Foto: Casa Rosada/Fotos Públicas

A Telefónica pôde aumentar o preço do serviço de telefonia fixa na Argentina pela primeira vez desde 2000. A taxa de reajuste? Impressionantes 192%.

O aumento da tarifa de telefone fixo, de 13 pesos para cerca de 38 pesos (US$ 2,70) por mês, no segundo maior mercado da operadora de origem espanhola na América Latina, foi realizado após 16 anos de tarifas congeladas pelo governo. A nova administração argentina está alterando políticas dos governos anteriores na esperança de estimular o investimento em infraestrutura, como em redes de telecomunicações.

A liberdade para definir os preços dá à Telefónica a oportunidade de aumentar receitas e lucros e de intensificar o investimento em redes em um país com mais de 40 milhões de habitantes ávidos por serviços de vídeo e dados. Embora a Argentina responda por mais de 6% das vendas da Telefónica, que tem sede em Madri, sua contribuição para os lucros tem sido muito menor. A empresa está em um momento de mudança após vários anos problemáticos, disse Andrés Bolumburu, analista do Banco Sabadell em Madri.

“Esses são países afetados por situações cíclicas e, quando eles melhoram, o que poderia acontecer com a Argentina agora, eles podem ser uma fonte de boas notícias”, disse Bolumburu, que recomenda comprar as ações.

Apesar de a Argentina ser o segundo mercado latino-americano da Telefónica em termos de vendas, atrás do Brasil, é um dos menos rentáveis. O lucro operacional antes de depreciação e amortização na Argentina caiu de 1,7 bilhão de euros em 2000 para 1 bilhão de euros em 2015 e a margem Ebitda é a segunda mais baixa entre os dez mercados da operadora na região.

Serviço ruim

Os usuários reclamavam da qualidade do serviço de telefone e internet da Telefónica, mas isso é parte de um problema maior na Argentina, onde o congelamento das tarifas e o baixo investimento também prejudicaram os serviços públicos. O governo de Mauricio Macri, que tomou posse em dezembro, cortou subsídios e liberou os preços, revertendo políticas que remontam à crise financeira de 2001-2002 e aos 12 anos subsequentes de governo do casal Néstor e Cristina Kirchner. O preço da gasolina nos postos aumentou 35% neste ano e em algumas partes do país o custo da energia quadruplicou.

Em março, o governo autorizou o aumento dos preços da telefonia fixa e tanto a Telefónica quanto a Telecom Argentina, sua principal concorrente, aumentaram as tarifas neste mês. Parlamentares convocaram as duas operadoras, assim como a unidade local da América Móvil, para uma audiência no Congresso na semana passada.

Mesmo depois dos aumentos, os preços na Argentina continuam baixos em comparação com vários outros mercados. A Telefónica também enfrenta uma concorrência crescente no país, já que o investidor mexicano David Martínez comprou a Telecom Argentina no início deste ano e o maior conglomerado de comunicação do país, o Grupo Clarín, comprou os ativos locais da Nextel em 2015.

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