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Gincana criada pela professora Fábia Rocha ajudou alunos do Colégio Cosmos a memorizar a tabuada: ensino e brincadeira. | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Gincana criada pela professora Fábia Rocha ajudou alunos do Colégio Cosmos a memorizar a tabuada: ensino e brincadeira.| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Prática

Veja como os jogos podem ajudar no aprendizado:

Vantagens

Ajudam a motivar crianças e adolescentes.

Auxiliam no desenvolvimento da segurança da criança/adolescente diante da resolução de problemas e novos desafios.

Possibilitam a aprendizagem de maneira natural.

Cuidados

Deve-se estabelecer o objetivo educacional do jogo.

O jogo não deve estar desconectado do que vai ser ensinado.

A brincadeira deve apresentar regras básicas que a criança já conheça.

Prender a atenção dos estudantes de hoje, acostumados aos fortes apelos da tevê, da internet e dos jogos eletrônicos, exige dose extra de motivação em sala de aula. E um dos recursos usados pelos professores para atingir esse objetivo são os jogos pedagógicos. O professor do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da Universidade Federal do Paraná Guilherme Romanelli aprova a estratégia: "Os jogos estão ligados ao prazer. Sem prazer e sem estímulo, não há aprendizagem".

Mas o especialista ressalta que a atividade deve ser bem conduzida para apresentar os resultados esperados. "Deve-se ter um objetivo de ensino bem definido", defende. Romanelli explica que, como processo natural de aprendizagem, os jogos dão às crianças a oportunidade de simular e estimular o desenvolvimento.

Para Reginaldo Rodrigues da Costa, professor de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), os jogos podem ser utilizados de duas formas: de maneira didática, como primeiro contato com o conteúdo, e como recurso pedagógico, para a fixação de tais conteúdos. "Mas o jogo por si só não deve ser o único método", diz Costa.

Professora da Educação Infantil há 18 anos, Fábia Vieira da Rocha conta que sempre utilizou jogos e brincadeiras em sala de aula. "Acho que só livro e caderno sufoca a criança", justifica. No ano passado, ela usou esse recurso para mininizar as dificuldades dos alunos da 3.ª série do ensino fundamental com a aprendizagem da tabuada.

Ela dividiu sua turma do Colégio Cosmos, em Curitiba, em duas equipes e realizou uma espécie de gingana – a Tabuada Premiada, disputada uma vez por semana. O processo proposto aos estudantes foi simples: cada membro da equipe jogava um dado e o número sorteado deveria ser multiplicado por outro previamente escolhido pela professora. O objetivo era que cada aluno acertasse a conta, garantindo pontos para a equipe. O time vencedor levava para o recreio pirulitos ou chicletes.

Segundo a professora, a experiência trouxe motivação extra para a turma e ajudou muitos dos alunos a fixar a tabuada. Gabriela de Oliveira, de 8 anos, que participou do jogo, confirma. "Eu estudava em casa e até no carro, para participar da competição", conta. Fábia diz que, além do conteúdo em si, o jogo ajudou no desenvolvimento de outras habililidades, como a maturidade. O aluno Luiz Eduardo Artigas, 8 anos, por exemplo, chorava quando perdia uma disputa, mas com o tempo mudou de comportamento "Foi bem legal e divertido. Aprendi também que às vezes você ganha, outras você perde", relata o menino.

O professor Costa considera importante que outras habilitadas sejam trabalhadas durante os jogos e diz caber ao professor o desenvolvimento do aspecto afetivo e emocional para envolver a competição. Ele considera fundamental também uma análise desse conflito com as crianças, após a atividade, para que os resultados sejam mais satisfatórios.

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