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Isso acontece porque o sistema nervoso central dos estudantes ainda está em formação e por isso é mais vulnerável | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Isso acontece porque o sistema nervoso central dos estudantes ainda está em formação e por isso é mais vulnerável| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Cientistas acabam de lançar mais um alerta sobre os riscos do consumo de maconha para a saúde mental e o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos jovens. De acordo com estudo publicado na revista médica americana de psiquiatria JAMA, consumir a droga na adolescência causa perdas de concentração e de memória que afetam a aprendizagem.

Isso acontece, segundo a pesquisa, porque o sistema nervoso central dos estudantes ainda está em formação e por isso é mais vulnerável a sofrer alterações em sua estrutura em contato com substâncias como a maconha. Além dos efeitos danosos para o os estudos, o consumo nesta fase da vida da THC (tetrahidrocanabinol), principal elemento da maconha e responsável pelos efeitos da droga, aumenta a probabilidade de surtos psicóticos no futuro e, em casos de predisposição genética, esquizofrenia. Nas conclusões, o documento aponta que se um jovem começa a fumar maconha no início de adolescência tem quatro vezes mais possibilidades de desenvolver uma doença mental antes dos 26 anos.

O consumo excessivo da maconha, diz o levantamento, pode causar ainda ansiedade, transtornos de identidade e ideias paranoicas. “A mensagem que deveríamos transmitir à população jovem é que se vão consumir maconha que o façam o mais tarde possível, quando o seu cérebro já esteja desenvolvido para evitar males maiores”.

O levantamento foi patrocinado pela Nida (National Institute on Drug Abuse), órgão nos Estados Unidos que estuda os efeitos do uso de drogas, e reuniu especialistas americanos e ingleses. O objetivo do estudo, de acordo com o texto publicado, é dar subsídios científicos para a adoção de políticas públicas.

Maconha terapêutica

Também está em andamento no Nida um estudo com mais de 10 mil crianças norte-americanas sobre as consequências do uso de drogas nas duas primeiras décadas de vida, tanto físico quanto sociais. Em entrevista para o jornal El País, a diretora da entidade e responsável pela pesquisa, Nora D. Volkow, advertiu que os efeitos não podem ser desprezados, também nos casos em que o uso do THC é indicado de forma terapêutica.

“As evidências científicas mais promissoras do uso das versões sintéticas do THC para tratamento provêm de estudos com pacientes de esclerose múltipla e com crianças que sofrem tipos de epilepsia que não respondem aos tratamentos padrão, e nos quais o uso do canabidiol ajuda a diminuir os ataques”, explicou. “Mas é preciso mencionar que a evidência clínica para a maior parte das indicações não é suficiente para justificar recomendações a favor do seu uso, já que os efeitos adversos são significativos”, lembrou.

A preocupação sobre a popularização das versões sintéticas do THC também foi compartilhada por médicos no último encontro anual da Associação Americana de Psiquiatria, realizada no início deste mês. De acordo com um trabalho apresentado no evento, o consumo da substância foi associado a alucinações auditivas, comportamento agressivo e maior impulsividade o que torna um “problema de saúde pública”, nas palavras dos pesquisadores.

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