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A fluência em francês compensou os 17 anos que Marie-Chantal Eisenbach ficou longe do mercado de trabalho | Jonathan Campos / Gazeta do Povo
A fluência em francês compensou os 17 anos que Marie-Chantal Eisenbach ficou longe do mercado de trabalho| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Cultura nipônica Japonês atrai alunos de Exatas e fãs de mangá

Como o Japão se destaca mundo afora por causa da sua tecnologia de ponta, é previsível que a maior parte dos estudantes de japonês seja da área de Exatas. A professora Lina Saheki, do Centro de Línguas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, conta que é comum empresas japonesas da área de tecnologia com sede em Curitiba pedirem a ela indicações de candidatos que dominam o japonês.

Entretanto, há outro público empenhado na aprendizagem da língua nipônica. "Adolescentes que gostam de anime e mangá buscam conhecer o idioma por causa do contato que têm com a cultura pop do Japão", explica Lina. Segundo a professora, por mais que os estudantes façam poucas aulas por semana, a familiaridade com esses produtos culturais acabam acelerando a compreensão da língua.

Depois de 17 anos longe do mercado de trabalho, foi a fluência em francês que abriu as portas para a analista administrativa Marie-Chantal Eisenbach, 45 anos, voltar à ativa para trabalhar em uma grande indústria francesa. Assim como ela, quem aposta no aprendizado de outra língua, além do inglês, tem uma vantagem nas disputas por vagas em multinacionais.

No caso de Marie, brasileira de pai francês e mãe belga, o costume familiar de conversar em francês em casa ajudou muito, mas foi o curso de idiomas que lhe deu segurança na escrita e consolidou sua fluência. Aos 22 anos, ela parou de trabalhar para cuidar dos filhos e só voltou a procurar emprego aos 39 anos. O tempo distante do mundo corporativo poderia ser uma desvantagem diante de outros candidatos, mas a SNR Rolamentos, indústria de peças automotivas e aeroespaciais, precisava de uma secretária-executiva que, acima de tudo, falasse francês.

Atualmente na área de comunicação interna e responsabilidade social, o domínio da língua ajudou Marie a progredir na empresa. "Hoje faço a tradução de documentos, participo de reuniões da diretoria e converso frequentemente com a matriz na França", conta.

Segundo o coordenador pedagógico da Aliança Francesa em Curitiba, Luiz Heitor Guimarães, a presença no Paraná de indústrias francesas, como a Renault e parte de suas prestadoras de serviço, abre portas a quem tem fluência em francês.

Alemão

O alemão é outra língua que aparece como coadjuvante perto do inglês. Como o número de pessoas que domina esse idioma no Brasil é bem menor do que os que falam inglês, vagas de emprego que valorizam a fluência na língua germânica têm bem menos concorrência.

Conforme a professora Ingrit Peyerl, do curso de Alemão do Centro Europeu, muitos estudantes têm procurado conhecer o idioma por causa das oportunidades de intercâmbio abertas pelo programa Ciência sem Fronteiras. A Alemanha é um dos principais parceiros do Brasil nas políticas de mobilidade acadêmica, mas muitos candidatos esbarram na exigência de conhecimento ao menos intermediário da língua.

Sobre as oportunidades de trabalho e estágio, a professora cita as empresas Bosch e Siemens como indústrias com sede local que tendem a valorizar candidatos que falem alemão.

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