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Além de fazer propaganda do governo, uma das perguntas trazia ainda uma forte crítica à imprensa. A questão de número 19 da prova aplicada aos estudantes de Comunicação Social afirmava em seu enunciado que a mídia criticou o presidente Lula quando ele disse que a crise econômica mundial não passava de uma "marolinha" e que agora a imprensa internacional confirmava a previsão do presidente. Logo em seguida, perguntava se por parte dos críticos houve atitude preconceituosa, irresponsabilidade, livre exercício da crítica, manipulação política da mídia ou prejulgamento.

Mesmo considerando como correta a opção (c) (livre exercício da crítica), a questão é entendida como tendenciosa pelo advogado Miguel Nagib, já que levanta suspeitas em relação ao papel da mídia. "Ela ataca uma das instituições fundamentais à democracia. É como se dissessem: ‘viu, nós deixamos a imprensa falar porque somos democratas, mas ela só fala besteira!’"

Para o doutor em Educação João Malheiro, a tentativa de desprestigiar a imprensa é típica dos regimes de tendências totalitárias que vêm se instalando na América Latina – a exemplo do cerco que se instaura na Venezuela chavista e da recente investida contra o argentino Clarín, no governo de Cristina Kirchner. O doutor em Comunicação e diretor do Master em Jornalismo do Instituto Internacional de Ciências Sociais, Carlos Aberto di Franco, concorda. "Observa-se uma tentativa sistemática de desacreditar os meios de comunicação, principalmente em declarações que demonstram um profundo desconforto com o trabalho da imprensa livre e independente", aponta. Malheiro vai além: "Querem acabar com o prestígio da imprensa, que é o órgão que tem coragem de combater os excessos. Calando-se a imprensa, cala-se a sociedade".

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