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Interatividade

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A universidade tem potencial para ser um importante catalisador de ações estudantis voltadas para a comunidade. Para isso, deve estimular os jovens e dar as condições necessárias a eles para que os projetos – voluntários ou de extensão – saiam do papel. Com esses trabalhos, os alunos levam adiante o que aprenderam em sala de aula e, de quebra, ganham uma formação mais solidária e cidadã.

>>> Veja exemplos de projetos sociais desenvolvidos em instituições do Paraná.

Algumas instituições exigem esse tipo de engajamento. É o caso da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que tem a disciplina de Projeto Comunitário na grade curricular obrigatória de todos os cursos. "Partimos do princípio que o estudante é solidário por natureza e confirmamos isso com formação acadêmica e oportunidades para praticar boas causas", diz Másimo Della Justina, pró-reitor Comunitário da PUCPR.

Ele defende que a fase universitária é fundamental para a formação humanista do indivíduo e para o desenvolvimento de líderes. "Se temos essa marca nesse período, o estudante vai levar o aprendizado para a vida toda. Ele vai saber a importância da política e também do que precisa cobrar como cidadão", afirma.

Ações limitadas

Depois de ter participado de projetos sociais na época da faculdade, o advogado e professor universitário Ivan Furmann decidiu seguir carreira acadêmica para ajudar a organizar projetos de extensão em prol do desenvolvimento comunitário. Contudo, hoje ele enxerga que a transformação social dessas ações ainda é limitada.

"Muitos têm interesse em participar desse tipo de atividade, mas infelizmente os incentivos são pequenos. Não se ganha bolsa, é difícil o registro da atividade nas faculdades", conta Furmann, que também comenta a falta incentivo aos docentes em relação a projetos de extensão.

Ir além dos muros da faculdade, tendo a chance de ver a aplicação prática do conhecimento adquirido, é o que torna essas vivências importantes para a formação do universitário. E, como lembra Furmann, os ganhos são importantes também para a comunidade. "A possibilidade de aproximar-se do mundo universitário não faz apenas com que ela ganhe em conhecimento, mas em visibilidade e possibilidades de transformação", diz.

NA PRÁTICA

Abaixo você pode conferir alguns exemplos de projetos sociais desenvolvidos nas seguintes instituições do Paraná:

UTFPR, Unila, UEM, UEL, UFPR , FAE.

No lixo certo

Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

O sucesso do projeto Jogada Certa, desenvolvido por alunos e professores do câmpus Curitiba da UTFPR, fez com que ele fosse "exportado" para outros lugares. "Três escolas, uma estadual e duas municipais, já adotaram nosso modelo de projeto", conta a coordenadora da iniciativa, a professora Tamara van Kaick(na foto com a aluna Mariana Massai Kazama, participante do projeto). A ideia surgiu em 2009 e preza a conscientização sobre o descarte correto do lixo dentro da faculdade. Entre as ações desenvolvidas estão palestras e treinamentos para mobilizar a comunidade acadêmica sobre o tema. Além disso, a implantação de novas lixeiras e a confecção de placas com informações mais claras tornam o processo de separação do lixo reciclável do orgânico menos complexo. O lixo coletado na UTFPR é destinado à cooperativa de catadores Catamare, responsável por separar, classificar e comercializar o material. A equipe do Jogada Certa é formada por cerca de 15 alunos dos cursos de Processos Ambientais, Design Gráfico e Engenharia de Automação.

Cultura Multiplicada

Divulgação / Unila

Um grupo formado por 30 estudantes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) tem propagado ações culturais em comunidades carentes e escolas públicas de Foz do Iguaçu. A ideia do projeto Plugado!, iniciativa da Casa de Teatro de Foz apoiada pela Itaipu Binacional, é promover apresentações, atividades e oficinas de teatro, dança, cinema, animação e literatura que aproximem a população dessas artes. Parte dos universitários recebe bolsa de extensão e outros jovens participam como voluntários. "Com as oficinas temos a formação do indivíduo e com as apresentações, o acesso das periferias. Muitas crianças que nos assistem contam que o primeiro contato que tiveram com o teatro foi por causa do projeto", diz o estudante de Antropologia Cláudio Siqueira.

Em defesa da infância e da juventude

Walter Fernandes / Gazeta do Povo

Mais de 10 mil famílias carentes já foram atendidas, desde 2006, pelo Núcleo de Estudo e Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude (Nedij), sustentado por uma equipe multidisciplinar da Universidade Estadual de Maringá (UEM). O objetivo do grupo formado por advogados, psicólogos e estagiários nas áreas de Direito e Psicologia é atuar na defesa dos direitos de crianças e adolescentes em situação de risco da comarca de Maringá. Atualmente, o grupo trabalha com mais de 1,5 mil famílias da região. Os atendimentos são feitos na UEM e o núcleo também participa do Conselho Municipal de Direito da Criança e do Adolescente. Entre os casos mais comuns conduzidos pelo Nedji, estão pedidos de tutela, guarda e defesa processual. A coordenadora do projeto e professora do curso de Direito, Amália Regina Donegá, conta que o núcleo foi criado para "fiscalizar e fazer cumprir" as leis de proteção ao menor em situação de risco. "As leis existem, mas não são facilmente cumpridas", afirma.

Por uma educação melhor

Arquivo pessoal / Gazeta do Povo

Focados na capacitação de educadores (foto) populares de duas escolas em acampamentos do MST no distrito de Lerroville e na cidade de Porecatu, no Norte do Paraná, nove alunos e professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) dedicam-se a um projeto de extensão desde 2011. A mestranda Paula Cerruti da Costa, uma das envolvidas, conta que o conteúdo passado aos educadores varia de acordo com as demandas do assentamento. Atualmente, as aulas quinzenais são sobre sexualidade, agroecologia, alfabetização e gestão escolar. "Eles [educadores] estão desenvolvendo um conhecimento que não sabiam que estava disponível na UEL", conta Paula, lembrando que o projeto também busca gerar autonomia para que os educadores deem continuidade às ações.

Passeio ambiental

Divulgação / UFPR

Pelo menos três vezes por semana, desde 2005, crianças (foto) de escolas públicas de Curitiba percorrem uma trilha de 750 metros no Jardim Botânico, acompanhadas por alunos dos cursos de Engenharia Florestal e Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). No percurso, meninos e meninas conhecem algumas espécies da fauna e da flora locais e recebem orientações sobre conservação ambiental, uso consciente da água e os males do desperdício. "Na escola, eles veem a teoria e, aqui, a prática", resume a coordenadora do projeto de extensão Floresta-Escola, professora Daniela Biondi Batista. O trabalho é feito em parceria com a Secretaria Municipal de Defesa Social e o transporte das crianças é gratuito.

Jovens prontos para o futuro

Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Desde o ano passado, adolescentes de dois abrigos de São José dos Pinhais estão tendo a chance de aprender informática e conceitos de empregabilidade – como comportamento, vestuário para entrevistas e relacionamento interpessoal – com estudantes e professores da Faculdade FAE (foto). Os encontros ocorrem a cada 15 dias. Além de planejar as aulas, a estudante de Administração Elaine Veloso Salles diz que é preciso estar preparada psicologicamente para os encontros. "Alguns [jovens] querem aprender, mas outros são complicados. Com eles estou aprendendo a ser mais tolerante e a estimular pessoas de personalidades diferentes", diz Elaine. Segundo a coordenadora do projeto do Núcleo de Extensão, Andrea Bier, a intenção é estender o atendimento para alunos de colégios públicos.

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