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 | Felipe Myerle / Ilustração
| Foto: Felipe Myerle / Ilustração

Atividades

Confira que atividades são desenvolvidas nos consultórios de orientação vocacional:

Redação. Escrever uma autobiografia descrevendo o que gostava de fazer na infância, atividades de interesse, quais as escolhas importantes que fez ao longo da vida e o que as pessoas dizem sobre o jovem.

Psicodrama. Encenar conversas que tem em casa com os pais sobre profissão. Essa atividade trabalha a percepção do jovem sobre a expectativa que os pais têm sobre a escolha profissional.

Pesquisa sobre o perfil de cada profissão e os estereótipos dos profissionais.

Reflexão sobre o que gosta ou não de fazer, seja em casa ou com os amigos, e o que é importante na vida – sucesso financeiro ou realização profissional.

Encenar o primeiro dia de aula em um determinado curso e ver qual a sensação que isso provoca: felicidade, dúvida, insegurança ou angústia.

Futuro. Visualização de um dia no futuro trabalhando com a profissão escolhida. Imagina-se o que o curso pode proporcionar.

Teste de autoconhecimento para apontar os principais defeitos e qualidades.

Fontes: Luciana Albanese Valore (UFPR), Maria Ângela Calderari Oliveira (PUCPR), Vera Regina Miranda (UP) e Maria Ana Marabita (Colégio liceu Salesiano, de Campinas).

O teste vocacional pode ser uma boa opção para quem não sabe que profissão escolher. Com a grande oferta do serviço na internet, é preciso tomar cuidado: saber qual é sua vocação não se resume a perguntas e respostas rápidas e simplistas sobre interesses. Também é preciso saber, segundo psicólogos, quais são os ideais, habilidades, identificação e personalidade para conseguir um resultado eficaz, com menos erros.

Hoje, nos consultórios, todos esses fatores são analisados antes de ser apontada uma ou mais carreiras que o estudante deveria seguir. "Orientação profissional é como um diagnóstico médico que, para se chegar a um resultado certo, são precisos vários exames e não só o de sangue", diz a professora de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Luciana Albanese Valore, especialista em orientação vocacional.

Existem alguns psicólogos que, em vez de testes, recorrem a jogos e dinâmicas em grupo, exercícios de autoconhecimento e tarefas de pesquisa sobre profissões. A orientação costuma demorar em média dois meses, com uma sessão semanal. O custo fica em torno de R$ 600, variando conforme a clínica.

Embora haja outros métodos, orientações focadas apenas em testes também podem ajudar, ao menos, a nortear a decisão do aluno mais perdido, que não tem ideia do que gosta e por qual carreira tem preferência. Mesmo assim, os profissionais recomendam não fazer os testes de internet, pois nem sempre são elaborados por um especialista.

Perigo

Como os testes considerados melhores não são reducionistas – ou seja, conduzem a pelo menos duas possibilidades de carreira –, existe o perigo de o estudante se confundir e ficar com mais dúvida. Porém os psicólogos garantem que a eficácia do teste é grande, já que indica qual opção está em primeiro lugar.

Mesmo com a melhor opção em mãos, a resposta não é totalmente segura, pois não garante que este seja o único caminho nem que uma nova escolha surja adiante. "O resultado da orientação não é uma bola de cristal que prevê sucesso. O nome já diz que é uma orientação, uma sugestão de escolha. É preciso ter consciência disso para não gerar frustração depois", diz Luciana.

Foi justamente por uma frustração que Renato Cezar Santos decidiu mudar de área cinco anos depois de ter se formado em Administração. Sem conseguir emprego, resolveu fazer novo curso, mas estava em dúvida entre Fisioterapia, Turismo e Psicologia. Diante da orientação com uma psicóloga, Santos foi direcionado para outra área: Logística. Começou o curso neste ano no Instituto Federal do Paraná. "A orientação me fez perceber que minha vocação era para uma área diferente da que eu tinha em mente", conta.

Auxílio também deve mostrar como será o futuro

A escolha de uma profissão é determinante sobre o rumo que a vida do estudante tomará durante a faculdade e após a formação. A decisão tem impacto em uma série de aspectos, como o retorno financeiro, a cidade em que vai morar e o perfil das pessoas com quem vai se relacionar. Nesse contexto, o jovem deve se questionar: "Serei feliz com tudo que esta carreira vai me proporcionar?".

A resposta não é fácil de ser encontrada e requer muito autoconhecimento. Segundo a professora de Psicologia da PUCPR Maria Ângela Calderari Oliveira, a orientação vocacional faz com que o estudante descubra do que gosta, quais são suas habilidades e o que ele espera que a profissão ofereça. Portanto, um bom teste deve ir além do auxílio relacionado à escolha do curso, precisa ajudar o jovem a planejar sua vida.

Amadurecimento

A professora de Psicologia da UFPR Luciana Albanese Valore alerta que o amadurecimento do aluno também interfere na orientação. "As pessoas mudam e amadurecem e também descobrem outros interesses conforme a oportunidade. O que são e querem hoje pode não ser a mesma coisa no futuro. Por isso, é preciso ter consciência de que o resultado do teste só é válido naquele momento e não para sempre."

Tempo certo

A maioria dos estudantes busca orientação profissional quando está em época de vestibular, por volta dos 16 ou 17 anos. Contudo, a psicoterapeuta e professora da Universidade Positivo (UP) Vera Regina Miranda recomenda que o jovem procure o serviço pelo menos um ano antes disso. "O jovem não se sente pressionado para escolher o curso na hora e participa das atividades mais tranquilo, o que proporciona um resultado mais eficiente."

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