Para engenheiros, startups são opção de empreendimento | Antônio More/Gazeta do Povo
Para engenheiros, startups são opção de empreendimento| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Empresas de base tecnológica, com perfil de crescimento acelerado e potencial de larga escala. Assim são definidas as startups, consideradas os novos motores da engenharia e uma alternativa para quem busca empreender.

É dessa forma que o coordenador da Hotmilk, aceleradora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Leonardo Tostes, define esse tipo de empresas, tema da websérie do projeto “Uma NOVA engenharia para um NOVO Brasil”, transmitido nesta quarta-feira (16) no Facebook da Gazeta do Povo.

Para Tostes, as competências dos engenheiros, como a capacidade de encontrar linhas lógicas e construir processos, podem ser aplicadas para criar, investir ou alavancar uma startup. Ainda de acordo com o coordenador, que será um dos entrevistados da websérie, uma equipe com competências multidisciplinares é um dos segredos das startups de sucesso.

Um grupo formado por especialistas da área, por exemplo, com um engenheiro civil no caso de soluções com foco em construção e com especialistas na área digital - como ocorre no caso de engenheiro da computação, eletrônico e similares - ajuda a tornar uma ideia potencial em negócio que irá se estruturar de forma correta.

Entidades de apoio às startups

Termos utilizados nas startups:

Ecossistema: Conjunto de pessoas e organizações que correspondem ao empreendedorismo e inovação (empreendedores e suas respectivas startups, investidores, incubadoras e aceleradoras, universidades, poder público, provedores de serviços de todos os tipos, grandes empresas, organizações de fomento).

Alavancagem: Participação de recursos de terceiros no desenvolvimento financeiro de uma empresa.

O debate também contou com a participação do engenheiro mecânico Ricardo Vidinich, o coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e Metalúrgica do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Paraná (Crea-PR).

Segundo ele o papel dos conselhos profissionais, como o CREA-PR, é a defesa da sociedade. Por isso, em relação a atuação das startups, a entidade atua no sentindo de proteção, nos diversos mercados das engenharias, além de estimular novas ideias e novos produtos dentro dos parâmetros de segurança. “Devemos proteger a sociedade dos maus serviços, atentos a incentivar e mantê-los dentro das regras corretas”, avalia.

Oportunidades: engenharia, agronomia e startups

Vidinich também abordou durante o debate que os ambientes da engenharia e da agronomia têm acompanhado de perto a tendência do crescimento das startups. Segundo ele, o que se vê atualmente é uma certa desativação de algumas empresas dos seu núcleos de desenvolvimento e a transferência desse desenvolvimento para outras empresas menores em início de trabalho. “Essa migração mostra que as startups têm um potencial muito grande, inclusive de substituir, em questão de inovação, as tradicionais equipes fixas de diversas empresas”, analisa.

Ainda de acordo com ele, esse desenvolvimento é muito motivado pela necessidade de mudança. “O mundo está em mudança rápida e constante e a forma de ter essa mudança executada é dividindo o trabalho em equipes mais ágeis e mais baratas”, avaliou.

Para saber mais sobre o mundo das startups e suas influências na engenharia e na agronomia, na websérie “Startups: os novos motores da engenharia” assista ao vídeo completo neste link. Para conferir a programação completa das próximas webséries, clique aqui.

Veja dicas para criar uma startup

Leonardo Tostes dá algumas dicas para quem tem uma ideia e acha que pode virar uma startup: a primeira delas é começar analisando quem vai ser o consumidor do produto ou do serviço. “É muito comum nesse ambiente uma pessoa ter uma ideia fantástica, mas sem nunca ter analisado quem vai usar. É preciso pensar que a solução não é para você, é para o seu cliente”, destaca. Segundo ele, é importante falar com, pelo menos, entre 20 e 30 pessoas, para fazer essa análise.

Ainda de acordo com Tostes , é importante pensar grande: “O Brasil é um mercado sensacional, mas o mundo é maior. Então não ache que a sua solução é para resolver o problema do seu bairro. Pare de pensar pequeno, o mercado é global e há problemas de buracos nas ruas, por exemplo, no mundo todo”, avalia.

Outra grande dica destacada pelo entrevistado foi a de que nenhum negócio funciona sozinho. “Raramente um negócio nasce, ou uma startup nasce sem sócios. Por outro lado, muitas startups morrem por brigas de sócios”, avalia. Por isso, Tostes orienta na busca de parceiros que alavanquem, que acreditem no mesmo propósito. “Boas startups têm excelentes profissionais e ótimos sócios”, orienta.