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O governo colombiano decidiu ontem que intensificará a campanha publicitária oferecendo uma recompensa de 1 milhão e 300 mil dólares em troca de informações sobre o esconderijo do narcotraficante Pablo Escobar, que fugiu da prisão de Envigado no último dia 22.

No Palácio Narino, o presidente colombiano César Gavíria reuniu-se com o comandante da polícia, general Miguel Gomez, com o diretor do serviço de informações policiais, Luis Montenegro, e com o chefe da Polícia Secreta, Fernando Brito, para analisar a estratégia publicitária e seus primeiros resultados.

Segundo um porta-voz do governo, a intenção é estender à televisão o material publicitário oferecendo a recompensa, que conta inclusive com uma fotografia de Escobar.

Em entrevista concedida ontem à rádio RCN, o comandante do Exército colombiano, general Manuel Murillo, rebateu as críticas que o apontam como o suposto responsável pelo fracasso da operação deflagrada para suportar a rebelião em Envigado que culminou na fuga de Escobar.

Sustentando que as decisões do comando da operação foram “curtas, precisas, concisas e sem margem de dúvida”, Murillo afirmou que poderá responder por seus atos perante o Congresso e à procuradoria do país caso seja requisitado.

Ainda ontem o novo diretor da Secretaria Nacional de Prisões, coronel Gustavo Rocha, revelou depois de uma reunião mantida no Ministério da Justiça que estão sendo realizados estudos sobre as condições de segurança de Envigado visando a adoção de medidas que neutralizem as deficiências.

Já o governador do Departamento de Antióquia, Juan Gomez, sugeriu que o presídio de Envigado seja transformado em um ponto turístico, sendo mantidas intactas as luxuosas instalações onde se encontravam Escobar e outros importantes líderes do Cartel de Medellín.

A fuga

No último dia 22, o líder do Cartel de Medellín fugiu da prisão de Envigado com nove companheiros. O presidente Cesar Gaviria Trujillo disse a um grupo de parlamentares que Escobar e seus comparsas estão desaparecidos e o governo não sabe onde eles se encontram.

Escobar fugiu da prisão de madrugada antes de as tropas do exército invadirem a penitenciária para libertar os reféns que foram feitos no motim iniciado no dia 21. O governo do Departamento de Antióquia informou que cinco dos dirigentes do Cartel de Medellín foram recapturados, o que indica que também tenham tentado a fuga.

Informações difundidas no dia 10 por uma rádio local indicaram que duas pessoas foram mortas e outras três ficaram feridas em consequência de um tiroteio entre os soldados e os prisioneiros.

As tropas conseguiram libertar o vice-ministro da Justiça, Eduardo Mendoza, o diretor da prisão, Hernando Navas, e mais duas autoridades governamentais que forma mantidas como reféns por mais de 19 horas.

Em um telefonema à rede de rádio RCN um jovem que se identificou como sobrinho de Pablo Escobar pediu para que o governo envie a Envigado o padre Rafel García, que serviu como mediador quando Escobar e os demais membros do cartel se entregaram voluntariamente à Justiça.

Em uma mensagem pública a Escobar, o padre García afirmou: “Pablo, não chore. Você deve se submeter à lei, que está acima de qualquer consideração. Nós não o destruiremos, nós não o abandonaremos.”

Reprodução de matérias publicadas na Gazeta do Povo nos dias 13 de agosto de 1992 e 23 de julho de 1992
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