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A cidade do Rio de Janeiro está em obras. O metrô que ligará o centro da cidade à zona sul iniciou a fase de acabamento. Até que enfim.

Da varanda de um restaurante no Jardim de Allah – divisória entre Ipanema e Leblon – observei a chegada de material para os últimos retoques.

A construção do metrô será um dos maiores legados para os cariocas.

A edificação dos complexos esportivos que serão usados se mistura com diversas alterações urbanísticas e melhorias nas áreas de infraestrutura e mobilidade.

Centro nevrálgico dos Jogos, o Parque Olímpico, localizado na Barra da Tijuca – bairro cada vez mais independente e com ares de Miami Beach – exibe os contornos dos locais onde será disputada mais da metade das modalidades do maior evento esportivo do mundo.

Desde que a “Cidade Maravilhosa” foi escolhida, o governo federal voltou os olhares para o maior dividendo, que seria político.

Quando Londres sediou a última edição, por exemplo, o país amargava uma recessão, taxas alarmantes de desconfiança no governo e o baque de violentos protestos de rua.

A rápida metamorfose de um estado geral de pessimismo para a febril autocongratulação no encerramento, garantiu inegáveis ganhos de imagem a Inglaterra. A isso se dá o nome de seriedade e competência.

Seria perfeitamente plausível imaginar algo similar no caso brasileiro. O trabalho de uma força-tarefa de política externa para as Olimpíadas não precisava ser custoso nem complexo. Mas certamente demandaria criatividade, algo raro no atual cenário político do nosso país.

As autoridades brasileiras deveriam ter aprendido com os numerosos erros cometidos nos anos que antecederam a Copa do Mundo de 2014. Agravado com graves denúncias de superfaturamento e envolvimento de políticos com empreiteiras. Enfim, mais do mesmo, lamentavelmente.

Tomem-se as águas de Guanabara como exemplo. Há seis anos o governo do Rio prometeu tratar de quase todo esgoto despejado na baía, onde terão lugar as provas de vela. Hoje, informa-se que a meta não será cumprida; espera chegar a 65%.

A imundície do local assusta os atletas, e não se descarta que os torneios ali realizados sejam prejudicados pela presença de lixo flutuante.

Com o governo federal sem políticas efetivas para a saúde pública é conhecido o roteiro para novo capítulo do vexame internacional: a zika olímpica.

O chefe médico do COI (Comitê Olímpico Internacional), Richard Budgett, descartou a possibilidade de adiamento da Olimpíada, por conta do vírus da zika.

Porém, além do risco da fuga de milhares de turistas assistimos a possibilidade de atletas cogitarem desistir de vir ao Rio, em agosto.

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