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No filme O Falcão Maltês, de 1941, que representou o pontapé inicial do estilo “filme-noir”, depois de muita ação seguida de mortes por causa de um estranho e valioso objeto, um policial pergunta no final do que era feita aquela relíquia tão desejada.

O detetive Samuel Spade – criação do escritor Dashiell Hammett –, interpretado pelo ator Humphrey Bogart, responde com inspiração shakespeariana: “Ele é feito da mesma matéria que são feitos os nossos sonhos”.

A tragédia com o avião da Chapecoense nos fez pensar muito e em tantas coisas nos últimos dias. Especialmente nos sonhos interrompidos pela violência do destino.

Quantos jovens, no auge da carreira, embalados pelo devaneio do sucesso no futebol pereceram nesse brutal acidente por negligência do piloto que assumiu a responsabilidade de a aeronave sofrer uma pane seca.

Dentre eles o técnico Caio Júnior e o auxiliar Pipe. Com 25 anos de idade e profundo estudioso da matéria, o curitibano Luiz Felipe Grohs era apontado como futuro estrategista do futebol. Jovem que ganhou a oportunidade que fantasiava no contagiante mundo da bola.

O cascavelense Caio Júnior foi jogador destacado em diversos times, inclusive o Paraná, onde sagrou-se pentacampeão e foi projetado como treinador depois de uma temporada como comentarista na rádio Banda B. Foi levado pelo saudoso Dionísio Filho para trabalhar no Tricolor da Vila Capanema.

Pessoa educada, equilibrada e com sólida formação, logo conquistou a confiança e a simpatia de todos. Passou por vários clubes brasileiros, teve experiência internacional nos Emirados Árabes e realizava excelente trabalho no comando da vitoriosa Chapecoense.

Ele fazia parte daquela pequena, mas seleta relação de técnicos paranaenses que merecem reverência histórica.

O primeiro foi o professor Almir de Almeida, criado no basquete como jogador do Guarani, de Ponta Grossa, integrante da seleção brasileira nas Olimpíadas de Helsinque e Melbourne ao lado do companheiro de equipe Mair Facci.

O professor Almir levou para o futebol os conhecimentos táticos do basquete como técnico do Guarani e supervisor do Coritiba, Fluminense, Vasco e também da seleção brasileira.

Hélio Alves, Geraldino Damasceno, Borba Filho, Lori Sandri, Levir Culpi e outros se projetaram como treinadores vitoriosos até chegarmos ao atual campeão brasileiro pelo Palmeiras, o curitibano Cuca.

Desenhava-se um futuro auspicioso para Caio Júnior, acumulando conhecimento e cada vez mais experiente.

A vida é uma bênção divina e um grande sonho que devemos aproveitar todos os dias. É como escreveu Shakespeare certa vez: “Nós somos feitos do tecido de que são feitos os sonhos”.

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