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Ninguém exige que o técnico Paulo Autuori tenha a coragem do coronel interpretado pelo ator Chuck Norris no filme Comando Delta: Conexão Colômbia, mas também não precisava declarar “Sem traumas se o Atlético for eliminado da Libertadores”.

Na pegou bem, afinal o triunfo sobre o Millonarios significa que o Furacão jogará pelo empate ou pode levar a decisão para os pênaltis, quarta-feira (8).

Atrevo-me a fazer aquilo que, em língua inglesa, se chama de statement; vale dizer, uma declaração solene, ouvida ou dita com uma ponta de ironia. A mesma ironia usada para justificar o empate dos suplentes na estreia em Paranaguá.

Só que para empatar em plena Arena da Baixada, com uma penalidade máxima prá lá de cavadinha no final do jogo, não há motejo que resista.

Não teve graça nenhuma 10 mil torcedores irem ao estádio prestigiar a equipe mista que se apresentou mal, com as raras exceções de Léo, Rossetto e, sobretudo, Nikão e contemplar um empate com o bravo PSTC.

O técnico atleticano, aquele capaz de mobilizar a torcida e a própria crônica esportiva na temporada passada, conquistando a confiança de todos, será considerado gracioso se voltar classificado de Bogotá.

Se Paulo Autuori pretende, como declarou, reduzir a importância de o Furacão seguir em frente na maior competição do continente, está levemente equivocado.

Claro que são reconhecidas as dificuldades por ele enfrentadas nas primeiras semanas de preparação. Ele tem razão quando protesta contra o péssimo calendário do futebol sul-americano, assim como deve estar incomodado com a impossibilidade de escalar o zagueiro titular Thiago Heleno: falta completar o pagamento da transferência ou será que precisa da assinatura do Trump para o registro na Conmebol?

Os maiores times do mundo – Real Madrid, Barcelona, Bayern, Manchester United e outros – raramente poupam titulares mesmo disputando, concomitantemente, os campeonatos nacionais, as copas nacionais e os torneios continentais. Aqui, o futebol brasileiro, não é a primeira vez que o digo com pesar, é refém de um calendário esdrúxulo e anda sendo submetido à ideologia dos preparadores físicos.

Nada contra essa atividade importante em qualquer esporte. Daí, porém, a aceitar que preparadores físicos tenham sapiência bastante para se tornarem técnicos, vai diferença grande e perigosa.

Em vez de aproveitar os jogos do estadual para entrosar o time, testar jogadores e dar ritmo a todos, o comando técnico atleticano insiste em poupar os titulares que, mesmo jogando em casa, levaram um sufoco dos colombianos.

Mas com a importante vitória, só resta confirmar a classificação como visitante.

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