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Quem parte, leva algumas saudades e deixam outras. Mas a quem se destinam essas saudades?

Como não está mais entre os vivos torna-se difícil, às vezes impossível, recuperar as motivações de seus atos e de suas vozes perdidas. Assim nos conscientizamos de que o sentido de tudo está oculto e que é preciso buscar, em planos mais profundos, uma verdade que a superfície nega ou dissimula.

No mesmo dia da semana que passou o futebol ficou sem dois personagens que marcaram as suas passagens de maneira diferente: João Havelange e Tião Abatiá. O rei e o plebeu.

Nascido há cem anos, o filho de belgas, Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange se destacou na juventude na natação e no polo aquático no Fluminense.

Também jogou basquete e futebol na categoria juvenil do seu time de coração. Competiu nos Jogos Olímpicos de 1936 e 1952, e, em 1956, foi chefe da delegação brasileira.

A seguir foi eleito presidente da CBD – atual CBF – e transformou-se no rei dos cartolas do futebol mundial.

Tricampeão com a seleção brasileira, teve a capacidade de escolher as pessoas certas para comandar a equipe: o empresário paulista Paulo Machado de Carvalho nas copas de 1958 e 1962 e a organização militar em 1970.

Eleito presidente da Fifa revolucionou o futebol ao receber a entidade com uma pequena sede em Zurique e menos de cem dólares em caixa. 24 anos depois entregou a presidência com uma sede suntuosa e bilhões de dólares em caixa.

A sua ruína começou com o livro-denúncia Os senhores dos anéis que atingiu diversos dirigentes esportivos, com destaque ao espanhol Juan Antonio Samaranch, que presidiu o COI durante 21 anos.

Caiu em desgraça antes de morrer com a comprovação de desvios e propinas na Fifa e no COI. Foi banido do mundo esportivo.

Havelange viveu como um rei entre reis, sultões, imperadores, presidentes, ditadores e, como acontece no mundo esportivo, com plebeus.

Revelada pelo União Bandeirante, a dupla Paquito e Tião Abatiá foi contratada pelo Coritiba em 1971.

Chamada de “Dupla caipira”, com direito a gibi lançado após o grande sucesso nos gramados.

Foi impactante a passagem do goleador Tião Abatiá pelo Coxa.

Se no Atlético Bellini, Djalma Santos e Zé Roberto marcaram um divisor de águas na idolatria do público com os ídolos do futebol paranaense, Tião Abatiá causou furor em seguida.

Vaidoso, mas simples e extremamente comunicativo, ele conseguiu se destacar numa época em que craques como Krüger, Hidalgo, Negreiros, Rinaldo e outros desfilavam pelo Alto da Glória.

Sebastião Ferri, o querido Tião Abatiá proporcionou muita alegria com seus dribles fantásticos e gols inesquecíveis.

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