• Carregando...

Lúcio Flávio foi o cara no jogo de ontem e o Paraná embalou de vez. Tudo vem do berço e por isso devemos ser gratos a ele. Quando Cafu subiu ao pódio do Estádio de Yokohama para receber a Copa de 2002 e mencionou naquele momento histórico o nome de sua comunidade de infância, foi um ato sublime. São gestos de reconhecimento, humildade e gratidão, que dignificam o ser humano. Muitos atletas de diversas modalidades não alcançam, como Cafu, um momento tão especial para retribuir publicamente o carinho que receberam no começo de carreira. Agradecem de outra forma, muitos deles voltando ao clube que o projetou.

Depois de Ricardinho, o Paraná religou ontem à noite o cordão umbilical de Lúcio Flávio com a sua comunidade.

Além do ídolo que dirige fora, veio agora um chefe da bateria, para dar ritmo dentro de campo. Lúcio foi um dos tantos que nasceu no berço esplêndido dos anos 90, década na qual o Paraná criou uma creche esportiva bem-estruturada.

É complicado administrar duas competições de níveis técnicos distantes. Junto com o Brasileiro da Série B, a Copa do Brasil é menos cruel do que a Segundinha. Caso do Coritiba, por exemplo, que dosa o mesmo preparo para dois torneios fortes, com uma logística mais ou menos semelhante. Na situação do Paraná Clube, somente com uma motivação arrancada do espírito amador de grandes profissionais, como Lúcio Flávio e Ricardinho, é possível atingir o objetivo.

A sequência de jogos do Paraná lembra o interminável Woodstock, na chuva, no frio, na lama, na madrugada e ao sol radiante. Só no prazer pelo prazer. Uma coisa visceral. Marcante. Sem aviso prévio. Os tempos são outros, os propósitos são outros, mas é alucinante buscar a graça onde as forças são contrárias.

Não foi um a vitória irretocável, mas o Tricolor ganhou com determinação. A falta de três jogadores do setor de meio campo dificultou muito o entrosamento, algo que só foi compensado pela experiência do camisa 10, autor do segundo gol e coadjuvante no primeiro. O segundo tempo, demonstrou que Ricardinho também tem olho clínico e matou a única jogada que o Joinville tinha executado com sucesso, pela direita, com Eduardo. O resultado foi justo e o Paraná embala no campeonato e acaricia seu ídolo que voltou. Já pode pensar em voltar à Primeira Divisão.

A bolinha

O Coritiba decide outra vez em casa. Penso que sempre é melhor jogar a segunda em casa. Sendo decisão, melhor ainda. Nada que implique em favoritismo. Por pior que seja o resultado fora de casa, sempre haverá esperança de reverter ao lado da torcida.

Para completar esse roteiro de sorte e momento, o Coritiba vive uma fase técnica melhor do que o Palmeiras. A chance de erguer a taça é grande.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]