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Interessante como os extremos se atraem. José Maria Marin completou esta semana um ano de prisão domiciliar, no seu apartamento em Nova York. A cela do ex-presidente da CBF fica no Trump Tower, na 5ª Avenida, um prédio que é a cara do seu idealizador, Donald Trump.

Marin e Trump têm características diferentes na forma, porém carregam algumas semelhanças na essência. Na forma, o brasileiro morde e assopra. O americano somente morde. Marin é do tipo passivo calculista. Trump encara e escancara. No esporte Marin foi atleta, um extrema direita apenas discreto. Trump joga como investidor, ousa comprar um time de futebol.

Os dois convergem quanto aos princípios sociais. Embora o brasileiro tenha entrado na política muito antes do que o norte-americano, ambos se afinam dentro de um conteúdo conservador.

Marin veio do PRP (Partido de Representação Popular), fundado pelo integralista Plínio Salgado. Tentou escapar desse vínculo, mudando várias vezes de sigla. Trump é um republicano recém filiado e que procura até as eleições de terça-feira (8) se livrar do incômodo apoio da Ku-Klux-Klan.

O que somaria ao octogenário brasileiro, preso por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha nos Estados Unidos, uma eventual vitória de Donald Trump? Votar ele não pode. Ajudar na campanha, menos ainda. Então o que é que muda na vida de Marin se ganhar Hillary ou Trump? Nada.

Para Trump, porém, uma aproximação com Marin seria interessante. O indomável candidato ianque quer a receita – em face da corrida eleitoral não teve tempo de conversar com o ilustre brasileiro morador do seu prédio – para uma próxima eleição.

“Como se consegue eleger governador de São Paulo e presidir uma entidade milionária como a CBF, sem campanha política, sem votação, sem comícios, e sem gastos?”, deve indagar Trump. “Ah, e preservando ainda aquela mansão de 800 m2 de área útil, dois andares, 12 salas, 10 banheiros e estacionamento para 30 carros?”

Pobre Trump!

Mirem-se no Tubarão e na Chape

Usando uma expressão costumeira de nossos pais, o Atlético, filho do meio, já está encaminhado na vida. Não precisa de conselhos. Quem está desorientado é o caçula e também o mais velho.

Mais do que um estádio padrão Fifa, orgulho do irmão do meio, Paraná e Coritiba precisam mesmo é de um modelo de gestão.

A parceria que o Londrina fez com o empresário Sérgio Malucelli cairia muito bem ao Paraná. Aliás, um antigo sonho das famílias Malucelli e Trombini. A estrutura administrativa/empresarial do Jotinha, casado com o patrimônio de torcedores paranistas. Sem perder a identidade.

E ao Coritiba, o que falta? Nome, tradição, estádio, camisa, títulos, torcida? Não. Apenas um modelo adaptado aos padrões da Chapecoense, porém dentro da realidade do seu histórico imenso. Simples. Pé no chão. De continuidade. Sem divisões políticas internas.

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