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O garçon Jefferson Dias da Silva e a equipe da Mercearia Bresser que será treinada para a Copa | Walter Alves/ Gazeta do Povo
O garçon Jefferson Dias da Silva e a equipe da Mercearia Bresser que será treinada para a Copa| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Nem o esvaziamento de Curitiba ao receber somente quatro jogos da primeira fase da Copa do Mundo e não ser designada como sede da Copa das Confederações diminui o otimismo dos empreendedores locais em relação ao evento. Restaurantes, comércio e prestadores de serviços da cidade estimam que o fluxo de torcedores nos 11 dias de competição na cidade vai compensar os investimentos em seus negócios.

A expectativa do Mi­nis­­tério do Turismo é que Curitiba receba 500 mil visitantes durante o torneio da Fifa, sendo 100 mil estrangeiros. De olho nestes números e na movimentação local em função dos jogos, comerciantes e varejistas estão capacitando funcionários e diversificando produções com artigos alusivos à Copa.

O empresário Eduardo Vivacqua, dono da Mercearia Bresser, por exemplo, está tomando as precauções básicas para aproveitar o fluxo de visitantes. Ele providenciou curso de inglês para seus garçons e tradução do cardápio. Até lá, ainda planeja buscar profissionais mais qualificados e mudar o horário de atendimento, de olho no jet lag – mudanças no organismo dos turistas por causa da viagens longas – e na diferença de fuso com outros países.

Outro serviço que visa os hábitos estrangeiros é o de aluguel de bicicletas. Eduardo Faustino, sócio-proprietário do Duas Rodas, acredita que a prática vai ser bastante requisitada pelos visitantes e pode influenciar na promoção do serviço mesmo depois da Copa, o que, para ele, justifica os investimentos em novas bicicletas. "Os europeus gostam muito de pedalar e o exemplo deles pode gerar um novo hábito por aqui. Aposto na alta gradativa na procura por este serviço depois de 2014", acredita.

O baixo número de jogos na cidade não é preocupante no ponto de vista das oportunidades de negócios, de acordo com Aldo Carvalho, coordenador do projeto Sebrae 2014 no Paraná. Ele explica que em eventos deste tipo, um turista estrangeiro passa de 15 a 18 dias em média no país e visita de três a quatro cidades. "Ninguém vai antecipar a volta para casa por causa da eliminação do seu time. As pessoas vão ficar e consumir", afirma.

De acordo com Dario Paixão, presidente do Curitiba, Região e Litoral Convention & Visitors Bureau (CCVB), entidade que trabalha na promoção do turismo na cidade, o turista estrangeiro planeja antecipadamente a viagem. "O visitante vai gastar mais tempo na cidade do que simplesmente o período que a seleção do seu país jogar em Curitiba, o que resulta em mais consumo", explica.

Os empreendimentos, no entanto, devem ser viáveis mesmo depois da competição. Caso contrário, a expectativa positiva pode resultar em prejuízo. "Não podemos induzir a criação de negócios somente para a Copa, mas incentivar a geração de negócios sustentáveis", afirma o coordenador nacional do Programa Sebrae 2014, Dival Schmidt.

"Ninguém deve investir para atender pico de demanda", concorda o economista Ramiro Gonçalez, professor do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da UFPR. Segundo ele, para que o consumo relativo à Copa seja alto a ponto de justificar altos investimentos é preciso que exista apoio popular ao evento. "A dois anos da competição, ainda não vemos isso", completa.

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