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James Rodríguez, 22 anos, sempre quis jogar futebol. Seu referencial de craque não era o brasileiro Pelé, o argentino Maradona ou o conterrâneo cabeludo Valderrama. O ídolo de infância, quando ainda vivia em Ibagué, a 200 quilômetros da capital colombiana Bogotá, era Oliver Atom, o camisa 10 do Newteam, personagem do desenho animado japonês Los Supercampeones – traduzido assim na América Latina.

INFOGRÁFICO: Veja detalhes sobre o craque

O jogador fictício fazia miséria com a bola, assim como James – pronuncia-se "Rames", do jeito que a mãe dele gosta, nada de inglês – tem feito nesta Copa, levando a Colômbia para a inédita quartas de final. Cinco gols, dois deles golaços, em quatro jogos. Já é o maior artilheiro do país em Mundiais, fazendo os colombianos esquecer o ídolo Falcao García que, machucado, não pôde disputar a Copa.

O camisa 10 dos cafeteros não se cansava de repetir os movimentos de Oliver Atom pelo bairro de Arkaparaíso. Mas, mesmo que inconscientemente, ele tinha outra referência: o pai, Wilson James Rodríguez.

Os dois eram parecidos. A diferença só a perna. O filho bate com a esquerda, o pai com a direita. Rodríguez pai chegou a jogar na seleção colombiana juvenil, no Mundial na União Soviética, em 1986, ao lado do folclórico goleiro Higuita. Dizem, tinha talento e chutava melhor de longe – não mais depois da paulada que o filho deu no primeiro gol contra o Uruguai, no sábado.

A bebida, porém, separou cedo Wilson do futebol e da família. Aos três anos, James já não tinha mais a presença do pai. Foi a mãe Pilar Rubio e o padrasto Juan Carlos Restrepo que o criaram. Mas foi o tio, Arley Rodríguez, também ex-jogador, que o levou o menino para o caminho da bola.

Os primeiros passos foram dados no Academia Tolimense. Já era especial. Era dono do time, fazia o que queria, até gol olímpico. Aos 13 anos a mudança definitiva. Seria mesmo jogador de futebol. Ele e a família se mudaram para Medellín. Ali do lado, em Envigado, defenderia o time da cidade. Ninguém esperava que a ascensão seria tão rápida. Aos 14 anos já treinava entre os profissionais. Aos 15, estreou no ‘time de cima’.

Mas não ficou muito tempo. Logo se mudou para a Argentina. Aos 17 estava no Banfield, quebrando recordes. Foi o estrangeiro mais jovem a debutar, a marcar um gol e a ser campeão na Primeira Divisão.

Mais duas temporadas e veio a Europa. No Porto colecionou títulos. Tricampeão da Liga e da Supercopa Portuguesa e uma Liga Europa. Período que coincidiu com conquistas fora de campo. Casou-se aos 19 anos com Daniela Ospina – irmã do goleiro da seleção colombiana David Ospina. E no ano passado, a paternidade. Salomé nasceu em Medellín.

Grande fase coroada com a negociação para o emergente Monaco, que o tirou de Portugal por 45 milhões de euros – cerca de R$ 135 milhões. Ficou sem título na primeira temporada, mas foi quem deu mais assistências (13) e foi eleito o melhor meia da Liga Francesa, a deixa para a Copa.

"Nunca tive dúvidas de que este seria o Mundial de James Rodríguez", diz o técnico da Colômbia, José Pekerman. "O mais surpreendente é que a idade não é nenhum inconveniente para fazer coisas que leva anos para muitos jogadores. Ele tem todas as coisas de um jogador de primeiro nível mundial", completou.

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