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A crise técnica que assola os principais clubes do futebol paranaense tem provocado varias discussões tornando-se recorrente a inevitável comparação entre o potencial de Curitiba e Porto Alegre.

Se a nossa capital superou em população a capital gaúcha e se o PIB – Produto Interno Bruto, a soma de tudo o que é produzido – do Paraná é maior do que o do Rio Grande do Sul, por que o futebol paranaense leva de goleada dos gaúchos?

Primeiro, porque a escola gaúcha é mais antiga e melhor, tanto que, através dos tempos, revelou quantidade muito mais expressiva de bons jogadores do que nós. Segundo, porque uma coisa leva a outra e a produção de técnicos é superior, bastando registrar que os três últimos técnicos da seleção brasileira são gaúchos: Felipão, Dunga e Mano Menezes. E Tite esta na fila. Terceiro, porque a torcida da dupla Grenal é estadual, enquanto a torcida da dupla Atletiba é municipal. Quarto, porque falta arrojo e racionalidade aos dirigentes do nosso futebol.

Fiquemos, hoje, com o último item. A falta de racionalidade está intimamente ligada ao amadorismo, passionalismo e medo da torcida, demonstrada pelos dirigentes locais nas péssimas relações entre os clubes, na negativa do aluguel dos estádios tendo em contrapartida a grosseria do lado oposto, mas, sobretudo, pelo baixo nível técnico na contratação de jogadores.

Enquanto a dupla Grenal investe pesado na aquisição de grandes jogadores e por isso coleciona títulos nacionais e internacionais, por aqui agentes e empresários reinam absolutos empurrando goela a baixo dos clubes magotes de jogadores medíocres.

Vejam o exemplo do Coritiba que perdeu tempo, dinheiro e títulos com uma porção de atacantes improdutivos e só agora decidiu pela contratação de Deivid. Por que não antes das decisões com Vasco e Palmeiras, como pedia o ontem demitido Marcelo Oliveira?

O Atlético tem sido um primor de incoerência com a contratação indiscriminada de dezenas de jogadores sem que consiga formar uma equipe competitiva há pelo menos oito anos e a absurda troca de treinadores, estabelecendo novo recorde no país.

O Paraná sucumbiu vítima de péssimas administrações, escassez de recursos e gestão equivocada no futebol profissional que levou o time ao inédito rebaixamento no Campeonato Estadual.

Com uma Federação sem ideias, estádios precários, campeonato estadual altamente deficitário e times fracos que se revezam no rebaixamento nacional, o panorama é desolador.

Sem arrojo e capacidade não há PIB que resista.

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