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Não sou um psicopata, sou um cara normal e um artista. E a função do artista é fazer pensar.

Lobão, músico.

A pergunta é: quem estará no palco na noite do próximo sábado (7) às 21h15 no Teatro Positivo–Grande Auditório? O artista provocador, autor de dezenas de sucessos e figura central do pop nacional nos últimos 30 anos? Ou o ativista político, inimigo dos “amigos do poder” e espécie de símbolo da nova direita brasileira no século 21? A resposta para ambas as questões é a mesma. João Luiz Woerdenbag Filho, o Lobão.

Tocando guitarra numa formação de power trio, ao lado de Dudinha Lima (baixo) e Armando Cardoso (bateria), Lobão vem a Curitiba revisitar a carreira de grandes hits como “Me Chama”, “Vida Louca Vida” e canções lado B como “Nostalgia da Modernidade” e “Baby Lonest”.

“O repertório tem uma espinha dorsal pouco modificada ao longo dos anos. Mas creio que um artista com o meu tempo de estrada tem a liberdade de experimentar, pois tenho mais de 30 sucessos nacionais”, orgulha-se, em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo.

Contraditório, ele admite, porém, que a posição política tem prejudicado sua carreira. “Comprei uma briga muito pesada com a opinião pública. No ano passado, mais de 80% dos meus shows foram desmarcados em virtude da minha postura política. Mas, ao contrário disso me acovardar, iss só me motiva”, afirma.

Lobão tem certeza de que, desde a década de 1980, quando surgiu no cenário musical brasileiro, é alvo de um a “tentativa de achincalhe dos mais variados tipos, feitios e tamanhos”. Isso o tornou um especialista “nesta função muito aprazível, que é provocar a fúria dos idiotas de plantão. E a gente sabe que o triunfo do idiota não vai durar muito tempo”, dispara, com sua prosódia inconfundível.

Marrakesh mostra sua psicodelia atualizada

A banda Marrakesh (foto) é uma das atrações do 351 (R. Trajano Reis, 351, São Francisco) na noite deste sábado (7).

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A ira de Lobão, porém, logo dá lugar a um certo fastio do debate político virulento que tomou conta do país, porém sem abaixar a guarda “Acho política uma coisa chatérrima. Mas acredito honestamente que todos nós, como cidadãos, precisamos participar. E não existe nada mais lamentável, mais inútil do que um artista chapa-branca. Anormal é a passividade e o silêncio do resto. O papel que a história há de cobrar será daqueles que estão em silêncio”, dispara.

Antepenúltimo

Lobão diz que não teme virar um Charles Manson –famoso psicopata norte-americano. “Em primeiro lugar, não sou um psicopata, sou um cara normal e um artista. E a função do artista é fazer pensar, é provocar”, pondera.

A outra, dos artistas pop, seria emocionar as pessoas. Algo que Lobão acredita que, apesar de sua trajetória de vida tumultuada, conseguiu.. “Eu sou o antepenúltimo romântico do rock brasileiro,”diverte-se.

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