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Milton Mendes foi “revelado” para o mercado nacional em 2014, pelo Paraná, onde pagou o salário de jogadores em meio à crise na Vila. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Milton Mendes foi “revelado” para o mercado nacional em 2014, pelo Paraná, onde pagou o salário de jogadores em meio à crise na Vila.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A aposta do Atlético em Milton Mendes para comandar o time no restante da temporada vai além de sua capacidade técnica à beira do gramado. Além de se colocar à disposição para se “enquadrar” no modelo de gestão rubro-negro, ele costuma apostar em uma boa relação com o elenco para fortalecer o grupo. Foi assim, por exemplo, que trabalhou no Paraná, time que o “revelou” para o mercado brasileiro em 2014.

No Tricolor, mesmo sem receber salários, pagou os vencimentos de dez jogadores recém-saídos das categorias de base e de três integrantes da comissão técnica. Atenção repetida no interior paulista. Na Ferroviária, chegou a ligar para seu médico particular assistir a esposa de um jogador, que passava por um problema de saúde.

“Devo muito a ele, especialmente pela virada que dei na minha carreira”, contou o atacante Alan Mineiro, ídolo na Ferroviária e que chegou a defender o Atlético na base entre 2005 e 2008. Apesar da facilidade em se acertar com os atletas, é descrito como sério e exigente.

Durante o trabalho que desenvolveu na Ferroviária, clube parceiro do Rubro-Negro e que conquistou a Série A2 do Paulistão, algumas das diretrizes de trabalho exigidas no Atlético foram implementadas e testadas.

E agradaram. “Ele tem leitura diferenciada do jogo. Algo europeu. Consegue levar para o treino toda a teoria adquirida lá fora”, explicou Ênio Siqueira, preparador físico da Ferroviária, lembrando da passagem de Mendes por Portugal, onde dirigiu três clubes.

Em meio ao momento turbulento da equipe, que já trocou de treinador duas vezes no ano e briga contra o rebaixamento no Paranaense, o novo comandante comprou o discurso do clube. Contrariando seus antecessores ( Enderson Moreira e Claudinei Oliveira), disse que o Furacão não precisa de reforços.

“Estou contente com os jogadores que temos”, disse. Aceitar as condições impostas e não “bater de frente” com a diretoria causa desconfiança no torcedor, mas pode garantir um trabalho mais longo ao treinador. O último durou 36 dias no cargo.

Dentro dessas condições, está uma formação tática fixa: o 4-2-3-1. Milton se mostrou confiante de que terá competência e material humano para se adequar ao esquema. O pouco prestígio do grupo atleticano, montado em sua maioria com base em dados e informações científicas – outro item da filosofia do clube – põe em xeque essa certeza.

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