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Netinho, camisa 10 do J. Malucelli | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Netinho, camisa 10 do J. Malucelli| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Como foi sua saída do Atlético. Ficaram mágoas?

Quando se fica muito tempo num time, trocam jogadores, diretorias e você acaba ficando marcado. As campanhas não foram muito boas, sempre brigando contra o rebaixamento ou classificando simplesmente para uma Sul-Americana. O tamanho do Atlético não condiz com esse rendimento. Eu sempre jogava fora de posição e isso acabou me prejudicando. Sempre dei a cara para bater, nunca me escondi. Foi uma passagem positiva.

Você ficou marcado como “a cara da Era Petraglia”. Foi bom ou ruim?

Eu peguei uma briga de diretoria com torcida, troca de diretorias, e fiquei marcado por isso. Não só eu, mas outros jogadores que estavam há mais tempo, como o Alan Bahia. Mesmo assim, tínhamos o reconhecimento de parte da torcida por vários bons jogos que fizemos, alguns campeonatos bons, especialmente o Paranaense, e em 2008, quando o time lutava para não cair e nós conseguimos tirá-lo daquela situação. Minha amizade com o Petraglia não tem defeito nenhum. O tratamento sempre foi de confiança e profissional. Torço para que ele possa, como está fazendo, reerguer o Atlético após a queda em 2011. Não tenho mágoa.

A torcida e a imprensa pegavam no teu pé? Acha que foi injustiçado?

O time não estava legal e a cobrança da torcida, do pessoal da imprensa, foi muito grande. A crítica faz parte e a imprensa me elogiou em outros momentos. Foi uma junção de coisas que fizeram com que essas impressões ficassem. Logicamente uma desconfiança da torcida sempre teve. Diziam que eu era de altos e baixos. Então tive altos, tive momentos legais e positivos. Injustiçado não. A crítica faz parte. Um ou outro fala mais do Netinho, mas faz parte. Quem sou eu para criticar o trabalho dele. Todo mundo sabe quem é, não preciso citar o nome. Mas agradeço. As críticas me ajudaram a crescer como profissional e como homem.

Que passagem no Atlético foi mais marcante para você?

Em 2008 o Geninho era nosso treinador e estávamos lutando contra o rebaixamento. Naquele momento ele citou o grupo de 2001 e disse que tínhamos duas escolhas: seguir o exemplo do time campeão brasileiro, se fechar e conquistar o objetivo ou cair e ficar marcado para sempre. Era um grupo desacreditado. Depois dessa conversa, nós perdemos para o Inter por 2 a 1. Foi essa derrota e as palavras de Geninho que fizeram o time embalar. Precisávamos de 7 vitórias em 12 jogos e conseguimos. Até hoje os jogadores daquele grupo, que era limitado, têm uma amizade muito grande.

O que você espera da sua carreira?

Só quero entrar em campo. Esse tempo que fiquei parado, fiquei triste, não podia entrar em campo e mostrar que muitas pessoas estavam erradas a meu respeito. Hoje eu tenho essa oportunidade. Não vou me tornar um Ronaldinho Gaúcho, um Neymar. Sou apenas um operário da bola, que tem um pouco de qualidade e uma bola parada legal, que ajuda. Nunca vou me tornar um craque, sou um bom jogador, um cara que treina todo dia para tentar fazer um bom jogo. A penas isso. Um cara correto, educado, que treina e se dedica. Se Deus me deu esse dom, o único agradecimento que posso dar é me dedicar todos os dias.

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