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 | Brunno Covello/Gazeta do Povo
| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

A dois dias da largada do Campeonato Brasileiro, Atlético e Coritiba passam por momentos delicados na temporada. Os maus resultados da noite de quarta-feira (6) acentuaram ainda mais o momento atribulado dos rivais. O Furacão venceu por 2 a 1, mas amargou a eliminação diante do Tupi-MG em plena Arena da Baixada. A pressão, que já era grande, só aumenta. Bem longe de Curitiba, o Coxa saiu atrás no duelo com o Fortaleza, fora de casa. Depois da partida, o técnico Marquinhos Santos criticou publicamente alguns atletas, em especial Cáceres e Negueba.

Ouvimos nossos colunistas, Carneiro Neto, Edson Militão e Leonardo Mendes Jr. para saber o que eles pensam desse cenário de pré-estreia no Brasileirão.

Marquinhos Santos erra ou acerta quando critica publicamente os jogadores e cobra reforços?

Carneiro Neto – Marquinhos foi estratégico. Está sendo muito pressionado internamente, ele sabe que no Brasil ninguém critica jogador de futebol. Para poupá-los, é sempre o técnico que está na vitrine, sempre. Ele está pressionado e quis dar uma chacoalhada internamente porque sente que eles [jogadores] têm de responder em campo de forma mais objetiva.

Édson Militão – O Marquinhos não tem autoridade suficiente para falar em tom mais duro, da forma que fez. Errou em chamar a atenção dos jogadores de maneira pública. Acho que há um pouco de soberba na fala dele. É um bom técnico, pode se tornar ótimo, mas acho que está vivendo um momento em que passou da medida. Menos, Marquinhos!

Leonardo Mendes Jr. – A crítica pública é um erro porque ele vai construindo um isolamento em relação ao grupo. Quando perdeu o campeonato, falou que assumia a parcela dele de culpa – sem especificar exatamente qual era. Agora começou a apontar o dedo. Sacou o Vaná, criticou o Negueba, o Cáceres. Passa a impressão de esses também têm responsabilidade, mas não assumiram.

Milton Mendes erra ou acerta quando diz que não vai ‘metralhar’ os jogadores? Foi uma crítica por tabela ou paternalismo?

Carneiro Neto – Milton é um técnico acomodado, de certa maneira, com a situação do clube. Não é um cara com personalidade forte, está mais para um apaziguador, o que denota certa insegurança. Fez isso com espirito de preservar o grupo, porque está com o time em formação. Ele errou quando assumiu, dizendo que o elenco era forte e que não precisava de reforços. Agora não tem condições de reclamar de nada.

Édson Militão – Milton chegou agora e está com o perfil simpático, risonho, como ele bem falou, mas ainda não foi original. Não tem ainda o que cobrar dos jogadores. O papel dele é dar uma cara ao time e, para isso, tem de ter um esquema com os jogadores que tem, e adaptar o que vier. Agora é o momento de mostrar quem é. Não adianta ser simpático e risonho e não ser original, precisa dar sua impressão digital na equipe. Isso que vai fazer a diferença.

Leonardo Mendes Jr. – O Milton Mendes é o rei do paternalismo barato, psicologia de Facebook. Obviamente fritar o elenco publicamente é um tiro no pé, mas querer criar uma realidade paralela só permite duas leituras: ele quer iludir o torcedor ou é incapaz de perceber um cenário nítido.

O que Atlético e Coritiba precisam fazer para se reerguer rapidamente?

Carneiro Neto – O tempo é curto, os dois vão ter de tentar arrumar os times durante a competição, arrumar dinheiro para contratar jogadores de melhor nível. A geração da base não é boa, não está correspondendo, então não traz soluções também. Eu diria que o tempo se esgotou, o campeonato nem começou e o tempo deles está esgotado.

Édson Militão – Para os dois, não adianta pegar técnico renomado, gastar uma montanha de dinheiro que não vai dar em nada. Reforçar a equipe é natural, isso estamos ‘carecas’ de saber. O que falta é o elo, o cara que faz a ponte entre a diretoria, a comissão técnica e o campo. Um cara que conhece os meios do futebol, que tenha ‘feling’ para juntar todos e dar um espirito de clube a eles. Não vejo ninguém dentro de Coritiba e Atlético capaz de dar essa experiência de paixão por futebol à esses dois clubes.

Leonardo Mendes Jr. – O Atlético, antes de mais nada, precisa trazer um técnico de verdade. Milton Mendes é pequeno demais para o clube. Além disso, a solução é a mesma para os dois: contratar. Duas ou três peças que cheguem para jogar, compondo o time com as escolhas certas dentro do elenco atual.

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