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Na coluna da esquerda, Dion Henrique celebra a passagem pelo Coritiba nas redes sociais. Acima, o registro dos atletas na CBF. E no quadro maior, Ricardinho, Dion e Guilherme Parede posam  com a camisa do Coxa. | /
Na coluna da esquerda, Dion Henrique celebra a passagem pelo Coritiba nas redes sociais. Acima, o registro dos atletas na CBF. E no quadro maior, Ricardinho, Dion e Guilherme Parede posam com a camisa do Coxa.| Foto: /

A possível atuação do Coritiba como ponte para a transferência de dois jogadores para o futebol chinês pode render severas punições ao clube. Na última segunda-feira (20), o Coxa registrou no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) os desconhecidos meias Ricardinho, 34 anos, e Dion Henrique, 31. A dupla, entretanto, não jogará pelo clube, que confirmou em nota oficial que os atletas farão uma recuperação física no Alviverde até serem negociados para a China.

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No entanto, o artigo 34 do regulamento de Registro e Transferência da CBF define como ‘transferência-ponte’ aquela que “envolva o registro de atleta em um clube intermediário sem finalidade desportiva, visando obtenção de vantagem, direta ou indireta, por quaisquer dos clubes envolvidos (cedente, intermediário ou adquirente), do atleta ou terceiros”.

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As punições vão desde simples advertência, perda de pontos, até a impossibilidade de registrar novos atletas pelas próximas duas janelas de transferências. “Existe uma presunção de ponte quando a CBF não vislumbrar a finalidade desportiva na contratação. E aí a entidade pode pedir esclarecimentos ao clube”, explica Bichara Neto, advogado especialista em Direito Desportivo.

“Aparentemente, estes são jogadores em fim de carreira, registrados para não jogar. Pode ser uma transferência-ponte e o Coritiba teria de se explicar”, prossegue Neto. A investigação pode decorrer de uma denúncia externa ou de processo instaurado pela Câmara de Resoluções de Disputas, organismo criado pela CBF para julgar estes casos.

A Fifa também desautoriza este tipo de negociação. Para inibi-la, a entidade proíbe um clube de negociar um jogador menos de três meses depois de tê-lo contratado. Por outro lado, desde o banimento do envolvimento de terceiros em transferências entre clubes, empresários de futebol passaram a utilizar com mais frequência a artimanha: o jogador é registrado por um clube e, logo em seguida, transferido para o verdadeiro comprador.

Em 2014, a Fifa puniu clubes uruguaios e argentinos pelas transferências-ponte, entre eles Independiente e Rosario Central. No ano passado, acionou um clube belga e um holandês. Já no Brasil, pelo menos dois clubes já estão na mira da entidade. Em 2015, o São Paulo escapou de punição pesada pela contratação do zagueiro Iago Maidana, que era do Criciúma, mas foi repassado ao Monte Cristo antes de chegar ao Morumbi.

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Procurado pela reportagem, o presidente do Coritiba, Rogério Portugal Bacellar respondeu apenas por e-mail. “Não temos esta preocupação pelas razões já expostas em nota oficial”, resumiu.

Na nota, publicada quarta-feira (22) no site do clube, o mandatário celebra a chance de ajudar Ricardinho e Dion Henrique a se recuperarem no clube. “A nossa intenção é a de aproveitar uma oportunidade como essa e mostrar para o mercado que o Coritiba tem estrutura para recuperar esses jogadores, além de fomentar o mercado chinês”, escreveu.

“O registro de ambos no BID é uma segurança ao Coxa, que já recebeu em outras ocasiões atletas para realizar período de recondicionamento físico no Centro de Excelência no Esporte do Coritiba (CEECOR)”, argumenta o clube em nota publicada ainda na segunda-feira (20)

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