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Ítalo infernizou a defesa do Foz do Iguaçu no último domingo. Até lambreta fez. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Ítalo infernizou a defesa do Foz do Iguaçu no último domingo. Até lambreta fez.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Envolvido em disputa jurídica, Ítalo foi sondado pelo Atlético

Ítalo tem contrato com o Paraná até o fim da temporada, mas só chegou à Vila Capanema porque conseguiu uma liminar para se desvincular do Gama, onde recebeu a primeira chance como profissional e era considerado uma joia. O clube candango, no entanto, acusa os responsáveis por cuidar da carreira do jovem atacante de aliciamento.

“Quando soube que ele estava no Paraná liguei para o presidente Leonardo [Oliveira] e falei que houve uma sedução em cima dos pais do garoto. Uma pessoa se aproveitou da situação e sumiu com ele”, reclama o presidente do Gama, Weber Magalhães, que pretende receber R$ 1 milhão pelo jogador, valor da multa rescisória do vínculo que iria até dezembro.

Antes de ser contratado pelo Tricolor, ele passou pelo Guarani. A intenção do Gama seria negociar Ítalo com o Atlético, que fez proposta formal pelo avante. Por 50% dos direitos econômicos, o Furacão pagaria R$ 300 mil, com opção de compra de mais 20% por R$ 400 mil. A Gold Sports, empresa que cuida da carreira do jogador, não queria vê-lo no time sub-23 e decidiu acionar a Justiça alegando o não recolhimento de FGTS.

O agente Clécio Mazzola, que tinha um cargo informal na diretoria do Gama antes de trabalhar com Ítalo, foi sucinto. “Para resumir, quem liberou o jogador foi a Justiça, não eu”, afirma. Uma decisão sobre o caso, em primeira instância, deve ser dada pela Justiça do Trabalho em março (FR).

Destaque do Paraná nas duas primeiras partidas da temporada, o atacante Ítalo, 19 anos, não estava acostumado a jogar futebol de campo até três anos atrás.

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A rotina do então adolescente sempre foi nas quadras de futsal e de futebol society de Ceilândia, cidade satélite de Brasília, no Distrito Federal. Foi nelas, normalmente em campeonatos de bairro, que o camisa 9 paranista desenvolveu uma habilidade acima da média.

Na goleada sobre o Foz, no último domingo (29), aplicar uma lambreta sobre o marcador foi o recurso encontrado para salvar uma bola quase na bandeirinha de escanteio. O lance prosseguiu e resultou no quarto dos cinco gols do Tricolor na estreia do Paranaense.

A jogada que levantou o público da Vila Capanema e ganhou o país aconteceu apenas no quarto jogo de Ítalo como profissional. Mas não surpreende quem o viu ainda mais iniciante.

“Ele sempre foi meio ousado, né?”, conta o treinador Beto Morales, responsável pela transição do jogador para os gramados, em 2014.

O comandante do time juvenil da União Desportiva Guaraense – onde também surgiram os atacantes Marco Júnior, do Fluminense, e Leandro, que defendeu o Coritiba no ano passado – conta que às vezes se irritava com o arrojo excessivo do atacante. A qualidade, no entanto, não tinha como ser negada.

“Ele era diferente dos outros atacantes, sempre driblava em direção ao gol, era muito objetivo. Além disso, tinha muita velocidade e força para a categoria. Nunca tentou a lambreta aqui, mas gostava de dar voleios e até bicicletas”, lembra.

A chegada tardia aos campos acelerou o processo de maturação de Ítalo. Mesmo sem ainda desenvolver todos os fundamentos, ele seguiu para os juniores do Gama já no ano seguinte.

Em maio de 2016, estreava como profissional na final da Copa Verde, contra o Paysandu –e chamando atenção.

“Fui até Brasília e me deparei com um atleta extremamente diferente. Depois também vi ele jogar contra o Santos, pela Copa do Brasil”, recorda Lucas Andrino, da Gold Sports, empresa que hoje cuida da carreira do atacante.

Junto com Clécio Mazzola, que havia se tornado agente do jogador recentemente, Andrino rompeu com o Gama e levou Ítalo para o Guarani.

O avante mal teve tempo de jogar pelo Bugre. Mesmo assim, não passou despercebido pelo executivo de futebol Rodrigo Pastana. Tanto que o brasiliense foi uma das primeiras contratações assim que Pastana assumiu o cargo no Paraná, em dezembro. “Até pela idade e orçamento baixo, vi que ele poderia se desenvolver aqui. Ainda está na época de se divertir jogando bola, é abusado... É uma aposta e resolvi apostar”, explica Pastana.

Até aqui, o resultado é positivo, com gol e assistência na estreia contra o Avaí, pela Primeira Liga. Mas ainda é cedo para qualquer cobrança. Ainda mais para quem tem mais dedos na mão do que jogos profissionais.

“Peço paciência para a torcida. Ele vai ter altos e baixo, mas o potencial é muito grande”, ressalta Morales.

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