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Pouco importa que ainda falte aquela atuação de encher os olhos, que persistam algumas desconfianças e que empatar por 0 a 0 em casa contra um time da Venezuela não seja exatamente animador. Tudo isso fica depois. O que vale mesmo é que o 0 a 0 com o Caracas na noite desta quarta-feira, no Olímpico, colocou o Grêmio nas semifinais da Libertadores da América. Faltam quatro jogos para, se tudo der certo para os tricolores, o time gaúcho ser tricampeão do principal torneio do continente.

Na estreia do 4-4-2 na Libertadores, o time de Paulo Autuori controlou o jogo e criou repetidas chances de gol, mas desperdiçou todas, especialmente com Maxi López. Na defesa, alguns sustos naturais – um deles, no fim do jogo, de apavorar.

O adversário do Grêmio nas semifinais será o São Paulo ou o Cruzeiro. As duas equipes jogam nesta quinta-feira no Morumbi. O time gaúcho visitará quem passar já na semana que vem, ou em Belo Horizonte, ou na capital paulista. Antes, tem Campeonato Brasileiro. No sábado, o Tricolor recebe o Goiás pela sétima rodada.

Faltou o gol

Com um pouco mais de precisão nas conclusões, o Grêmio teria balançado a rede venezuelana no primeiro tempo. Não faltaram chances. Maxi López tentou de tudo que é jeito: em chute cruzado, em cabeceio, até por cobertura. E nada de a bola entrar. Os 45 minutos iniciais foram de dominação tricolor, mas de pouca inspiração. E o time de Paulo Autuori ainda levou alguns sustos.

A superioridade tricolor foi uma questão inclusive matemática. Só nos primeiros 12 minutos, o Grêmio criou quatro oportunidades vivas de gol. Souza, em bonito voleio, quase abriu o placar logo com dois minutos. Na sequência, Maxi apareceu três vezes. O problema é que ele não encontrou o gol. O cabeceio morreu no goleiro, o chute cruzado acertou a rede por fora e o toque por cobertura, após bobeada da zaga em recuo curto, passou por cima.

Aí o Caracas resolveu passear pelo campo de ataque. Lucena viraria herói nacional se o goleiro Marcelo Grohe não voasse bonito para tirar a bola do ângulo com a ponta dos dedos. Quase. Gómez também arriscou de longe, e o goleiro novamente trabalhou. O chute ficou nos braços do gremista, bem posicionado no meio do gol.

Com o 0 a 0 garantindo a classificação, o Grêmio não viu necessidade de colocar a língua de fora. Atacou com calma, na manha, cozinhando o oponente, que marcava forte no campo de ataque, mas deixava espaços atrás. Tcheco, dentro de área, desperdiçou a melhor chance da etapa inicial. Ele bateu de primeira, com a perna canhota, por cima do gol. Maxi, de novo, mandou chute cruzado aos 28. Vega espalmou.

Como vem acontecendo sistematicamente na Libertadores, o Grêmio jogou o suficiente para controlar o adversário no primeiro tempo, mas não teve aquela atuação capaz de convencer os torcedores de que o título está encaminhado. O time ainda errou muito nos cruzamentos, especialmente com Fábio Santos, e se mostrou lento na transição ao ataque.

Sem gol no Olímpico, a torcida do Grêmio teve como alento vibrar com a desgraça do rival. Quando Jorge Henrique colocou o Corinthians na frente do Inter no Pacaembu, no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil, o Olímpico teve o momento de maior vibração no primeiro tempo.

Segundo tempo

O segundo tempo começou no mesmo tom da etapa inicial. O Grêmio seguiu dominando. O Caracas, temeroso de ceder espaços fatais ao time brasileiro, só atacou com prudência. Muito pouco para superar um adversário tão superior.

Tcheco, com 40 segundos de período complementar, mandou chute perigoso e quase fez o gol. A bola viajou no céu do Olímpico e caiu repentinamente. Quase entrou. A partir daí, o Grêmio fez uma ronda na área venezuelana, mas não conseguiu criar chances até Herrera ir a campo no lugar de um apagado Alex Mineiro, aos 15 minutos. O argentino colocou correria na direita e mandou na cabeça do compatriota Maxi López, que cabeceou rente à trave direita de Vega. Faltou pouco. De novo.

E aconteceria mais uma vez, novamente com Herrera, novamente em cruzamento da direita, mas desta vez com Souza. O meia apareceu feito centroavante para desviar do goleiro, que rezou para todos os santos e foi atendido. A bola saiu.

Com o passar do tempo, o Caracas tentou avançar em campo para se aproximar do gol. Não deu certo. Acabou criando buracos defensivos que o Grêmio só não aproveitou porque realmente não era a noite de Maxi. Aos 33 minutos, Souza deu passe precioso para Herrera, que deixou La Barbie de frente para o gol. E ele errou de novo.

Aos 39 minutos, o time de Paulo Autuori quase perdeu a vaga. Castellín, quase dentro do gol, cabeceou para fora. Foi um dos maiores sustos que o Olímpico já viveu. A bola não entrou por milagre.

A torcida do Grêmio não conseguiu comemorar um gol de seu time. Mas ficou feliz da vida ao vibrar com mais um do Corinthians contra o Inter. Se Maxi não fez no Olímpico, Ronaldo marcou no Pacaembu. E os gremistas foram para casa duplamente felizes.

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