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Júlio César foi um dos que aproveitou a Copa das Confederações para carimbar o passaporte para a Copa do Mundo | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Júlio César foi um dos que aproveitou a Copa das Confederações para carimbar o passaporte para a Copa do Mundo| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Opinião: confiante e intenso

Felipão passava a imagem de ultrapassado. Seus últimos trabalhos diziam isso. Mas o que fez com a seleção brasileira em tão pouco tempo provou o contrário. Ou melhor, provou que não é necessário ser um grande estudioso do futebol ou mago das táticas. Nem para superar a equipe que domina o futebol mundial há cinco anos. Em muitos casos, e esse título da Copa das Confederações ficará marcado como um clássico, ter um time – além de organizado – confiante e intenso é muito mais importante.

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Os insistentes gritos de "Lucas, Lucas" entoados nos amistosos e durante parte da Copa das Confederações davam a impressão de que o garoto do Paris Saint Germain seria o 12.º jogador de Luiz Felipe Scolari. Mas com o passar dos jogos, o pedido das arquibancadas cessou. Afinal de contas, quando entrou, o ex-são paulino não fez valer as oportunidades.

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Por outro lado, alguns jogadores que não estavam nos holofotes, quietinhos, foram ganhando espaço na seleção. Entre os 11 titulares, ou a partir do banco de reservas, aproveitaram as chances. Eficiência que praticamente os garantiu na Copa do Mundo de 2014.

O time-base na Copa das Confederações foi aprovado por Felipão e se ocorrer alguma mudança até a Copa será por lesão. Mesmo quem veio bem do banco de reservas, não conseguiu ultrapassar os titulares.

Algumas dúvidas foram sanadas. Qualquer questionamento a respeito de Fred com a camisa 9 foi dirimido pelo atacante do Fluminense – artilheiro com cinco gols ao lado de Fernando Torres, da Espanha, mesmo sem a moleza do Taiti pela frente.

Da mesma forma, Júlio César, que enfrentava resistência devido ao desempenho no Mundial de 2010, passou a borracha na péssima lembrança. David Luiz e Thiago Silva formam a dupla de zaga de Felipão. Nas laterais não apareceu ninguém para destronar Marcelo e Daniel Alves.

Na proteção, Luiz Gustavo foi a surpresa. Discreto, fez o dele. "Ainda temos um ano de trabalho e muitas coisas podem acontecer. Seguir na seleção vai depender muito do que a gente fizer nos nossos clubes", comentou o jogador do Bayern de Munique.

Completando o setor, Paulinho e Oscar viveram momentos distintos. O ex-corintiano – agora reforço do Tottenham da Inglaterra – se encontrou e foi aprovado. Já o responsável pela armação sumiu em alguns momentos e vai precisar evoluir para não perder o espaço. O mesmo vale para Hulk, que provou ser um jogador útil, mas longe de atingir a unanimidade.

Por fim, o agora camisa 10 Neymar não sentiu a pressão e mostrou ser plenamente capaz de assumir a condição de protagonista.

Entre os que saíram do banco, quem melhor aproveitou as chances foi Hernanes, de fato o 12.º jogador de Felipão. Bernard também soube responder à confiança do treinador, deixando Lucas em segundo plano. De quebra, o atacante Jô, que foi chamado às pressas devido à lesão de Leandro Damião, respondeu com dois gols, apesar dos poucos minutos em campo.

Tudo o que cada jogador fez no evento-teste da Fifa serve de exame para a comissão técnica canarinho. Dessa vez o Brasil não disputa as Eliminatórias. Em geral, quem se dá bem na Copa das Confederações tem vaga praticamente assegurada para o ano seguinte.

A taxa de aprovação entre a competição-teste e o Mundial na África do Sul, por exemplo, foi de 78%. Apenas cinco jogadores ficaram de fora. Na edição anterior, foram alterados nove atletas (permanência de 61%). Em 2001, a comparação não serve, já que a seleção que disputou foi uma versão alternativa. Em 1997, a taxa de manutenção foi de 75%.

Felipão já mandou o recado que vai seguir essa média. Ou seja, somente quatro a sete atletas que participaram da campanha vitoriosa podem acabar assistindo o Mundial pela televisão. "Todos os 23 que estiveram aqui foram analisados. Não é porque ganhou o título que vai estar na Copa, mas 70% ou 80% da equipe nós vamos manter e depois vamos acrescentando uma ou outra peça", sentenciou o treinador após a final contra a Espanha.

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