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Conservação e reparos

As soleiras de janelas podem ser produzidas com alguns tipos de materiais, desde que se tenha uma ranhura na parte inferior funcionando como pingadeira. Para cada material, há uma manutenção diferente.

- Madeira: é usada, principalmente, quando a esquadria é de madeira. A manutenção deve seguir a das janelas de madeira, com aplicação de anticupim e uso de verniz pelo menos uma vez ao ano.

- Pedra: a pedra mais resistente para soleira é o granito, menos poroso do que os mármores, que sofrem mais com a ação da água e de produtos químicos. Para manter o granito basta fazer limpeza com água e detergente ou sabão neutro.

- Concreto: a manutenção é simples, bastando limpeza e pintura na mesma frequência da fachada, em intervalos de três anos, aproximadamente. Em casos de pequenas rachaduras deve-se usar argamassa para reparar o defeito antes da pintura. Quando há danos nas extremidades, comprometendo o funcionamento, o melhor é consultar um especialista para ver se é possível reparar ou se será preciso substituir a peça.

Fonte: profissionais consultados para a reportagem.

  • A ausência de soleiras nas janelas provoca manchas na pintura externa do prédio
  • Floreira na janela requer sistema para dissipar a água e evitar manchas
  • A moldura em concreto inibe que a água atinja a fachada, mas acaba concentrando a sujeira sobre ela por não ter um sistema de pingadeira
  • Sem o acabamento com rufo, em pouco tempo o muro fica com aspecto envelhecido. Antes de instalar o produto, é preciso impermeabilizar e repintar
  • Os rufos são importantes quando o acabamento é de pintura sobre argamassa

Na hora da construção as peças parecem pequenos detalhes, mas com o tempo, a falta de elementos como rufos nos muros e platibandas e soleiras nas janelas podem se tornar um problema para a estética de uma casa ou prédio. "Nos topos de parede, requadros de janelas ou em outras superfícies horizontais há acúmulo de pó ou mesmo poluição dos carros. Quando chove, a água escorre trazendo toda a sujeira, que se instala na fachada", explica o engenheiro civil da construtora Baggio, Sandro Sandri. O prejuízo estético é visível e, com o acúmulo da umidade, pode haver a formação de manchas, comprometendo a vida útil dos materiais. "A boa técnica recomenda que se afaste as lâminas d’água que escorrem pelas fachadas", observa o diretor da AND Construtora, Alexandre Menezes Duarte. Ele lembra que os elementos da construção, como areia, cimento, cerâmica, concreto e argamassa, têm uma atração molecular por água. "A retenção de umidade propicia o surgimento de fungos, que expelem substâncias ácidas e danificam o cimento, cal, argamassa e pintura", aponta Duarte. Depois desse processo, a penetração da umidade para o interior do prédio e dos apartamentos é uma consequência previsível. "Claro que essa ação leva anos, mas só o prejuízo de ter de pintar ou limpar a fachada com frequência, vale o investimento nesses itens de acabamento", avalia Sandri. Nas janelas, os engenheiros explicam que a soleira precisa de um mecanismo de pingadeira. "Na parte debaixo deve haver um vinco que intercepte a água, resultando em pingos que se projetam afastados da fachada", diz Sandri. A soleira pode ter entre três e cinco centímetros de espessura, deve ser instalada afastada no mínimo dois centímetros da parede e ter pelo menos a largura da janela.

Os peitoris (soleiras) podem ser pré-moldados ou fabricados no próprio canteiro, com concreto, por exemplo. Mas há modelos feitos de pedras, como mármore ou granito, que garantem um acabamento mais refinado. Para esquadrias de madeira é possível usar uma soleira do mesmo material, levando em consideração a manutenção frequente.

Seja qual for o tipo escolhido, é fundamental observar o caimento. "Esse cálculo depende da posição da janela e do prédio. É ideal que seja feito durante o projeto. Uma soleira instalada de forma incorreta deixa de cumprir o papel fundamental de proteger a fachada", comenta Sandri.

Para assegurar que a água chegue à pingadeira e dali se precipite são indicadas intervenções também na superfície do peitoril, co­­mo pequenas ranhuras nas extremidades para fazer com que a água não fique retida. "Esse risco, de a água empossar nas bordas da soleira, é mais comum quando o produto usado é o concreto. Nos modelos de pedra dificilmente irá ocorrer", afirma Duarte.

O preço de uma soleira dependerá do tipo de material. "As de concreto, por utilizarem material da própria obra, quase não têm impacto no custo final. Quando se usa pedra, dependerá do preço do produto escolhido, mas o benefício compensa o investimento", diz Sandri.

Duarte aconselha também o uso de jardineiras no lugar dos peitoris, servindo de elemento decorativo. No entanto, é preciso impermeabilizá-la para impedir que a umidade da terra passe para a parede. "Da mesma forma que nas soleiras, deve-se ter um mecanismo de pingadeira", diz.

Outras medidas

A proteção da fachada inclui ainda o uso de outros recursos, como os rufos que são usados na cobertura, para proteger as paredes expostas, geralmente acima do telhado (platibanda). "São feitos de inox, chapa galvanizda ou aluminíno e devem ser instalados sobre os muros ou paredes, evitando infiltrações por capilaridade, que causam manchas ‘escorridas’ na pintura", diz o técnico e instalador da Calhas Santa Cândia, Heraldo Teles.

A fixação do produto deve ser feita depois da pintura, com parafuso vedado com silicone. A largura do muro ou parede determinará o modelo do rufo, que deve "abraçar" a parte exposta da parede. Na extremidade do produto há uma ponta saliente (pingadeira) que evita o acúmulo de água na superfície.

As peças costumam ter entre seis e oito metros de comprimento. "Quanto menos emenda se tiver no rufo, menor a chance de haver um local por onde a água possa entrar", comenta Teles.

O engenheiro e gerente da Master Calhas, João Marcelino Rocha, explica ainda que os rufos têm importância no topo de caixas d’água e churrasqueiras. "Por vezes o prédio está todo protegido e limpo, mas a caixa d’água, instalada em cima do prédio, fica exposta ao acúmulo de sujeira", diz. O metro linear dos rufos galvanizados, os mais comuns, custa entre R$ 20 e R$ 40.

O engenheiro Sandro Sandri destaca ainda outros recursos auxiliares na dissipação da água ao longo de fachadas: o ressalto e o friso. O primeiro é um obstáculo, normalmente feito de concreto, instalado a cada pavimento de um prédio para criar descontinuidade e impedir o acúmulo de água.

Os frisos, de metal, madeira ou outros materiais, são instalados na lateral para proteger a estrutura do prédio e ajudam na dispersão da água, além de disfarçar defeitos nas emendas da massa.

Em prédios com arquitetura clássica ou neoclássica, há a possibilidade de usar cornijas, conjunto de molduras salientes usadas como arremate superior nas obras, diz o engenheiro.

Os benefícios do uso de recursos contra a ação da água da chuva em um prédio são significativos. Um levantamento feito pelo Ins­­tituto de Pesquisas Tecnoló­gicas (IPT) mostra que o uso combinado de saliências no plano da parede e pingadeiras (soleiras) consegue reduzir em mais de 50% o volume de água que escorre sobre a fachada.

Depois da obra concluída

Quem não instalou sistemas para evitar que a água da chuva provoque sujeira na fachada, pode recorrer à instalação de rufos ou soleiras depois da obra concluída, mas antes será necessário tratar a superfície que foi comprometida. "Antes de fazer a instalação, especialmente do rufo, deve-se recuperar o muro ou a parede onde será fixado. É pre­­ciso fazer a avaliação da ne­­cessidade daquela superfície. Po­­de ser preciso aplicar um impermeabilizante e repintar", diz o engenheiro e gerente da Master Calhas, João Marcelino Rocha. Após a instalação, há a opção de pintar o rufo da mesma cor do muro ou da fachada. Para garantir o desempenho é recomendável observar a vedação dos parafusos a cada três ou quatro meses.

No caso das soleiras, é necessário analisar qual material atenderá melhor a residência e dimensionar a inclinação antes de instalar. É indicado consultar um profissional, engenheiro ou arquiteto credenciado pelo Crea-PR (Conselho Regional de Engenha­ria, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná), que possa avaliar o caso. Nos edifícios que não têm peitoris nas janelas, o ideal é que todos os moradores ou mesmo o condomínio invista no produto para que haja benefício para toda a fachada.

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