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Passageiros se aglomeram no pátio do aeroporto após o ataque do atirador , na última sexta-feira (6) | JOE RAEDLE/AFP
Passageiros se aglomeram no pátio do aeroporto após o ataque do atirador , na última sexta-feira (6)| Foto: JOE RAEDLE/AFP

Autoridades dos Estados Unidos apresentaram acusações contra o veterano de guerra que matou cinco pessoas e feriu outras seis no aeroporto de Fort Lauderdale, na Flórida, na última sexta-feira (6). De acordo com as autoridades, os crimes poderiam levá-lo à pena de morte.

O Departamento de Justiça do país apresentou, neste sábado (7), acusações contra Esteban Santiago, 26 anos, pelo ataque a tiros que levou ao fechamento do aeroporto, que é uma das principais portas de entrada nos Estados Unidos a partir da América Latina e do Caribe.

Santiago será levado amanhã a um tribunal. Ele já havia apresentado sinais de “comportamento errático”, e chegou a Fort Lauderdale na mesma sexta-feira, em um voo procedente do Alasca, onde morava.

O ataque ocorreu na área de retirada de bagagens do Terminal 2. Autoridades disseram que Santiago carregou sua arma em um banheiro e, em seguida, abriu fogo contra os passageiros.

Quando a munição acabou, Santiago se deitou no chão e se entregou sem oferecer resistência quando a polícia se aproximou, segundo testemunhas.

Primeiras imagens

O site TMZ divulgou neste domingo (8) poucos segundos das primeiras imagens de uma câmera de segurança quando os tiros começaram. Santiago pode ser visto caminhando com tranquilidade pelo terminal, segurando um objeto com a mão esquerda, mas sem portar nenhuma bolsa.

Em seguida, pega com a mão direita a pistola escondida na cintura. Atira imediatamente duas vezes contra alvos não registrados pela câmera, sem deixar de caminhar. Em seguida, começa a correr.

Uma pessoa aparentemente ferida entra no enquadramento da câmera e volta a sair. O pânico toma conta das pessoas ao redor, que demoram alguns segundos para perceber o que está ocorrendo. Uma mulher se esconde atrás de um carrinho de bagagens e outras se jogam no chão.

O autor dos disparos aparece por cinco segundos no vídeo, que dura 20 segundos.

A arma era uma pistola 9 mm semiautomática que ele havia declarado e guardado na mala despachada no porão do avião. Viajar com uma arma na mala não é ilegal nos Estados Unidos, porque o porte de armas é garantido por lei.

O tiroteio fez com que milhares de viajantes fugissem para salvar suas vidas e forçou o fechamento do aeroporto por 16 horas.

Santiago enfrenta acusações por crimes com arma de fogo e atos de violência em um aeroporto, declarou o promotor especial Wilfredo Ferrer. Se condenado, pode enfrentar a pena de morte ou prisão perpétua.

“Santiago começou a atirar e apontava para a cabeça das vítimas, até ficar sem munição”, indicou Ferrer. “Estamos analisando todas as linhas de investigação e razões para este ataque espantoso”, indicou o agente do FBI George Piro. “Continuamos examinando o ângulo terrorista como potencial motivação para o ataque.”

“Conduta errática”

Ex-membro da Guarda Nacional em Porto Rico e Alasca, Santiago serviu no Iraque entre abril de 2010 e fevereiro de 2011. Ele concluiu suas funções militares em agosto.

Em 7 de novembro, Santiago compareceu ao escritório do FBI em Anchorage (Alasca), onde disse que o estavam forçando a lutar pelo grupo Estado Islâmico e que a CIA controlava a sua mente ao obrigá-lo a assistir a vídeos da organização extremista.

Este “comportamento errático” levou os agentes a entrar em contato com a polícia local, que o levou até um centro médico para uma avaliação mental, segundo Piro.

O chefe de polícia de Anchorage, Christopher Tolley, contou que Santiago foi ao escritório do FBI com uma arma carregada, mas que a deixou no carro com o filho recém-nascido.

A polícia reteve a arma por razões de segurança, mas Santiago a recuperou em 8 de dezembro.

Uma tia do suspeito, Maria Luisa Ruiz, indicou ao site de notícias NorthJersey.com que Santiago, cujo filho nasceu em setembro, sofria de problemas mentais.

Entre as vítimas está Olga Woltering, uma avó de 84 anos nascida na Grã-Bretanha que iria embarcar em um cruzeiro com o marido, de 90 anos, publicou o jornal “Sun Sentinel”, de Fort Lauderdale.

Também perdeu a vida Terry Andres, 62 anos, que sairia de férias com a mulher, Ann, de acordo com o “Palm Beach Post”.

Outras vítimas são Michael e Kari Oehme, um casal de 50 anos. Ele foi morto e a mulher foi ferida no ombro, publicou o “Miami Herald”.

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