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Após uma conversa por telefone sobre a crise na Síria, as divergências sobre os meios para pôr fim ao conflito persistem entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o americano Barack Obama. A Casa Branca informou que a "janela está se fechando" em busca de uma solução pacífica para a violência na Síria e que não tinha conhecimento do paradeiro do presidente sírio, Bashar al-Assad, após o ataque que matou três de seus principais aliados militares.

"A janela está se fechando, precisamos agir de uma forma unificada para ajudar na transição que o povo sírio tanto merece", disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney em entrevista coletiva.

Segundo a Casa Branca, os Estados Unidos estão trabalhando para convencer China e Rússia de que a história não está ao lado dos que estão alinhados com Assad. Os dois países têm bloqueado no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas resoluções com sanções contra a Síria.

"Na conversa, houve concordâncias sobre a análise da situação na Síria e a necessidade de uma solução. Mas, ao mesmo tempo, persistem as divergências sobre a maneira concreta de conseguir uma solução", afirmou o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, citado pela agência Ria Novosti.

Mais cedo, o Conselho de Segurança da ONU decidiu adiar para quinta-feira (19) a votação sobre a Síria que estava prevista para esta tarde, a pedido do enviado especial Kofi Annan. O grupo iria discutir uma nova resolução contra o regime Assad que prolongaria a presença de observadores no país por 45 dias e submeteria o plano de paz ao Capítulo VII, da Carta da ONU, o que poderia permitir uma intervenção militar contra o ditador. A Rússia discorda sobre a aplicação de sanções contra o regime.

"Os relatos desta quarta-feira adicionam um sentido dramático de urgência aos esforços desta tarde. É algo para nos fazer pensar se o Conselho de Segurança deve continuar agindo da mesma forma. A inação do Conselho promove a violência", disse um porta-voz da ONU, após a notícia do atentado em Damasco.

A Rússia disse nesta manhã que uma "batalha decisiva" estava a caminho na Síria. O chanceler russo, Sergei Lavrov, alertou que aprovar novas sanções contra o país neste momento seria uma forma de apoiar os rebeldes e poderia levar o país a uma guerra civil.

"Se estamos falando de uma revolução, então o Conselho de Segurança não tem lugar nisso", disse Lavrov.

Para o secretário de Defesa americano, Leon Panetta, o episódio desta quarta-feira é um sinal de que a guerra na Síria está "saindo rapidamente de controle". Panetta evocou a comunidade internacional e disse que era tempo de fazer "pressão máxima" para Assad deixar o poder. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o porta-voz da Casa Branca Tommy Vietor disse que o ataque era um sinal de que Assad está perdendo forças.

"Esse é o ápice da oposição a Assad na Síria, com o aumento das deserções e uma maior união da oposição que está operando no país", disse Vietor "Com o regime de Assad perdendo o controle, é a hora do povo da Síria e a comunidade internacional pensarem nos próximos passos".

O ministro do Exterior britânico, William Hague, também condenou os ataques desta manhã, dizendo que eles são mais um indício da necessidade de "uma resolução com passe no Capítulo VII", da Carta da ONU, que legitima - entre outras coisas - uma intervenção militar em caso de ameaças à paz.

"A situação está claramente se deteriorando. Todos os membros do Conselho de Segurança têm a responsabilidade de reforçar o plano para acabar com a violência do enviado especial Kofi Annan", disse Hague.

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