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As forças de segurança da Ucrânia bloquearam completamente a cidade rebelde de Lugansk, onde já não há nem luz, água, ou telefonia celular, informaram neste sábado (2) as autoridades locais.

"Devido ao bloqueio e aos incessantes ataques, a cidade está à beira de uma catástrofe humanitária", afirmou hoje Sergei Kravchenko, prefeito de Lugansk, capital da região homônima, em comunicado de imprensa emitido pela prefeitura.

Na segunda cidade que é forte dos insurgentes pró-Rússia em importância, após a vizinha Donetsk, "não há provisões, as reservas se esgotaram e não há luz, nem água, nem comunicações, nem internet", segundo o prefeito.

Segundo ele também "não há nem gasolina, nem diesel, nem gás", os trens não circulam, e a rota humanitária anunciada pelos rebeldes não existe, o que torna "deixar a cidade praticamente impossível".

"Não há como ligar ambulâncias, serviços comuns, equipes de emergência, transporte público, os carros que distribuem alimentos. Inclusive aqueles que estão dispostos a arriscar sua vida e sentar-se ao volante não podem fazê-lo, porque não há com o que encher os depósitos", denunciou.

Por causa da falta de energia elétrica, os produtos alimentícios armazenados estragaram, e se tornou quase impossível obter até água engarrafada.

"A variedade de produtos diminui diariamente. As lojas fecham e em muitos estabelecimentos se formam filas enormes, a demanda disparou", afirmou.

Ele acrescentou que "apesar da dificuldades, continua a produção de pão e a cooperativa de carne funciona".

Por sua vez, "os bancos estão fechados, na cidade quase não há dinheiro. As pessoas receberam seu salário há um mês pelo menos e em algumas empresas as dívidas superam os dois meses".

"Quem ficou vive como pode, cura os doentes e feridos, mas não tem meios de subsistência", insistiu.

Kravchenko considerou que "o que ocorre hoje em Lugansk é difícil chamar de operação antiterrorista, já que é uma autêntica guerra que já tirou mais de cem vidas entre a população civil".

O conflito destruiu casas e infraestruturas sociais e civis, inclusive edifícios administrativos, ambulatórios e creches infantis.

O prefeito considera que se conseguir acordar um cessar-fogo, e fosse criado um corredor seguro e as pessoas recebessem garantias de segurança, "não centenas, mas milhares tentariam abandonar a cidade".

Enquanto isso, dezenas de milhares de pessoas —centenas de milhares, segundo outras fontes— abandonaram Donetsk, a maioria de trem, rumo à Rússia ou à Crimeia.

Segundo especialistas, em uma tentativa de evitar mais baixas em suas fileiras, Kiev poderia optar por uma guerra de desgaste para derrotar as milícias das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

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